Ação em memória e por justiça para as 500 mil vítimas da Covid-19 no Brasil

O Brasil caminha a passos largos para a infeliz marca de 500 mil mortes por Covid-19. Por conta da negligência e atuação criminosa de lideranças políticas, em especial do Governo Federal, o país que tem em sua estrutura pública o Sistema Único de Saúde – referência em todo o mundo – contabiliza hoje o segundo maior número de vítimas de uma doença para a qual já existe vacina há pelo menos 7 meses.

Diante desta situação, instituições inter-religiosas que integram a campanha #SilêncioPelaDor e o coletivo #RespiraBrasil realizam, neste domingo (20), das 09:00 às 16:00, o ato “500 velas para Meio Milhão de vidas”. Será um momento de orações em silêncio, denúncia e resistência. O ato é organizado por CEBIC – Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs; CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço; e FEACT – Fórum Ecumênico ACT Brasil. Leve sua vela, ore em silêncio, use máscara e evite aglomerações.

Um grande pano branco será estendido na Colina Sagrada, em frente à Basílica do Senhor do Bonfim, em Salvador. O pano ficará disponível para que aquelas/es que perderam uma pessoa querida para a Covid-19 possam escrever seus nomes e deixá-los registrados ali. A iniciativa será aberta a quem passar pela praça ao longo do dia. Membros das igrejas que integram o CEBIC estarão presentes no local a partir das 9h.

Os/as organizadores/as da ação solicitam que as pessoas levem suas velas. Uma vez acesas, elas serão postas dentro e ao redor de uma grande cruz, que permanecerá deitada no local. A organização do evento também incentiva quem participar do ato a fotografar suas homenagens e postá-las nas redes sociais acompanhadas das tags #Lutopormeiomilhão, #SilêncioPelaDor e #RespiraBrasil.

Henrique Peregrino da Trindade, inspirador da campanha #SilêncioPelaDor e um dos organizadores desta iniciativa, destaca que ela tem por objetivo, além de homenagear as vítimas e suas famílias, transformar este luto em luta. “Os/as familiares das vítimas da Covid muitas vezes não conseguiram nem se despedir delas. Queremos dar uma oportunidade para que vivam seu luto, mas também incentivá-las a transformar este luto em denúncia, de forma consciente. Precisamos deixar claro quem são as pessoas responsáveis pela tragédia brasileira na gestão da pandemia”, enfatiza.

Sônia Mota, Pastora da IPU – Igreja Presbiteriana Unida e Diretora Executiva da CESE, reforça que não podemos nos calar diante das 500 mil mortes por Covid-19. “Nossa voz profética precisa continuar denunciando o descaso com a vida do nosso povo. Foram milhares de mortes evitáveis. Cada morte significa dor e sofrimento a familiares e amigos/as e, portanto, precisamos transformar nossa dor em indignação e nosso luto em luta permanente em favor da vida e por vacina para todos e todas”.