Câmara em 2015 é menos representativa que a de 2010

O slogan “Com esse Congresso não dá, Constituinte Já!” nunca foi tão verdadeiro. Se o legislativo eleito em 2010 já não representava a população brasileira, o de 2014 se mostra pior. O atual congresso é o mais conservador desde 1964, ano do golpe militar. A bancada sindical foi reduzida de 83 deputados para 46. Os negros de 8,5% (43 deputados) para 4% (22) e nenhum dos candidatos que se declarou indígena foi eleito. Enquanto as mulheres representam 52% do eleitorado, na Câmara são 10%, 8 deputadas a mais que a última legislatura.

O cenário se repete entre a juventude (até 34 anos): 39% do eleitorado; 10% dos parlamentares. Entre as religiões também há discrepância. Enquanto as cristãs ganharam reforços, outras (principalmente de matriz africana) continuam com representação quase nula.

Ao todo, foram eleitos 75 deputados da atual frente Parlamentar Evangélica. Em contrapartida, 43% dos deputados eleitos são empresários, mesmo sendo apenas 4% do eleitorado. Dos 513 novos deputados federais, 48% são milionários. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O atual panorama preocupa movimentos, entidades, ONGs, partidos e a sociedade civil, por apresentar uma conjuntura muito difícil para as pautas sociais.

Avanços lentos e risco de recuo

As pautas que beneficiam a sociedade estão longe de avançar. A drástica redução da bancada dos trabalhadores é um dado muito preocupante, especialmente num forte ambiente patronal.

O fantasma do recuo nos direitos trabalhistas volta a assombrar os trabalhadores. O orçamento para 2015 propõe uma redução de pagamento de abono salarial em relação a 2014. Já a redução da jornada de trabalho sem redução no salário fica mais distante. As Centrais Sindicais tentam evitar essa ofensiva, mas encontrarão dificuldades devido a diminuição no número de cadeiras. A bancada ruralista aumentou no Senado e ganhou forças com a nomeação da Kátia Abreu para ministra da Agricultura. Na Câmara, 126 ruralistas fazem parte desta bancada, a favor do latifúndio e do trabalho escravo. Uma Reforma Política com igualdade de gênero, etnia e participação dos trabalhadores é essencial.

Por isso, os movimentos sociais convocam um Plebiscito Oficial para a Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, por um projeto popular para mudar as regras do jogo e torná-lo mais justo.

(Fonte: www.plebiscitoconstituinte.org.br)

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