CESE apoia luta dos povos indígenas Munduruku contra construção de hidrelétrica no Pará

A CESE reafirma seu compromisso com as comunidades tradicionais na luta pelos seus direitos com o apoio ao projeto contra a criminalização do povo Munduruku, indígenas que vivem às margens do Rio Tapajós e afluentes no oeste do Pará.

O objetivo da ação, que aconteceu no canteiro de obras da usina de Belo Monte, é chamar a atenção do governo e da sociedade para o descaso sofrido pelos Munduruku, além de mostrar que os índios conhecem a realidade que possivelmente os espera e que são capazes de construir um projeto alternativo para si.

A tranquilidade do povo Munduruku terminou após a aprovação do projeto que prevê a construção de uma hidrelétrica na região, o que causaria a alagação de terras próximas à aldeia e a retirada dos indígenas do local. Apesar da Fundação Nacional do Índio (Funai) reconhecer a área como pertencente à nação indígena, ainda não há garantia de que o Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Sawré Muybu, elaborado pelo órgão, será respeitado.

Para Marcos Antônio Borges Reis, coordenador do Conselho Indigenista Amazônico (CIMI), “os Munduruku têm outro projeto de vida a partir de sua economia e cultura, outro projeto de soberania, na perspectiva de proteção e preservação do seu território com todos os seus recursos naturais”.

A partir da ação, representantes dos Munduruku foram convidados a participar de uma audiência pública com o governo federal em Brasília. Na ocasião, foi assegurada a consulta antecipada a essas nações. Após a realização do projeto, os indígenas conseguiram destituir a Associação PUSURU (suspeita de ser cooptada pelo poder público local em Jacareacanga – PA) e criar o Movimento Munduruku DAO K, que reforçou a luta contra a construção da hidrelétrica e se tornou mais propositivo para o diálogo com o governo. Outro passo importante alcançado pelos Munduruku foi conseguir a adesão das mulheres ao novo movimento, as quais passaram a assumir e se colocar à frente das lutas indígenas.

 

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