CESE integra as discussões do IV Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-BA

“Oito de março é dia de luta!” A frase deu a tônica do IV Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora da CUT-BA (Central Única dos Trabalhadores da Bahia), realizado entre quarta (4) e quinta-feira em Salvador (nas regionais baianas do SindPrev e Sindipetro, respectivamente). A CESE se articulou às reflexões dos paineis do seminário, que tem como objetivo discutir a igualdade nas políticas públicas, na participação sindical e nas relações de trabalho por meio da articulação dos temas gerais da política da Central na perspectiva de gênero.

“Precisamos lembrar do preconceito dentro do próprio sindicato, do companheiro que luta com a gente e nos vê de maneira inferior”, destaca, seguida da concordância das presentes, a assessora de projetos e formação da CESE, Rosana Fernandes, durante o painel “Paridade: por uma nova democracia sindical”, realizado na manhã desta quinta-feira.

Rosana colocou a importância de incorporar a dimensão de gênero dentro das organizações e ressaltou a necessidade de formação. “Precisamos estar presentes nos congressos, encontros, disputar participação nesses espaços”. E emendou: “Na comunicação de nossos espaços de trabalho, disputamos a divulgação de pautas de demandas de mulheres trabalhadoras, para além do 8 de março? Repudiamos posicionamentos como o de Bolsonaro? A luta das mulheres é coletiva, não podemos ignorar a questão e achar que determinadas situações acontecem só com você, individualmente”, alerta, salientando, ainda os preconceitos que a mulher negra vivencia, como racismo e sexismo.

Reforçando que a cota de 30% para mulheres em cargo políticos nunca foi exercida a não ser na última eleição (por conta da punição aos partidos), Madalena Noronha, presidenta do Conselho Municipal da Mulher, reforça que o movimento sindical também pode ser presidido por mulheres. “É um ambiente patriarcal. Queremos paridade por princípio e não por resolução. Os espaços de decisão não levam em conta o empoderamento das mulheres”, pondera.

A mesa da manhã também contou com a participação de Vera Carvalho (secretária estadual de Mulheres da CUT-BA); Lucíola Semião (secretária de Gênero e Etnia do SindQuímica-BA); Erilza Galvão (coordenadora de Formação Sindical do Sintsef-BA, secretária de Gênero, Raça, Etnias e contra as Opressões da Condsef e membro do Comitê de Mulheres da Internacional de Serviços Públicos).

Mundo do trabalho

Na tarde de ontem, a mesa “Trabalho e Autonomia: A presença das mulheres no mundo do trabalho formal e informal” recebeu as reflexões de Marinalva de Deus Barbosa, diretora do Setor Jurídico do Sindicato das (os) Trabalhadoras (es) Domésticos BA. Marinalva falou sobre a violência sofrida por essas profissionais (tanto psicológica como física), além de apresentar demandas da classe (melhores condições de trabalho e cumprimento das obrigações trabalhistas).

A assessora de projetos da CESE, Olga Matos, pontuou que o encontro serviu para valorizar espaços de trocas e vivências da história da mulher – e lembrou do trabalho daquelas  que ficam em casa e não são reconhecidas. “Dados indicam que as mulheres dedicam 22h por semana para o trabalho doméstico, além da sua jornada de trabalho, e os homens, apenas 10h semanais. As demandas no campo do trabalho são enormes, mas, em contrapartida, a força da união das mulheres também é grande”, finalizou, convocando as presentes para mobilização para luta por direitos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *