[:pb]Coletiva de imprensa marca abertura oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica na Arquidiocese de Salvador[:en]Press conference to mark the official opening of the Ecumenical Fraternity Campaign at the Archdiocese of Salvador[:]

[:pb]Na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (10) o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, concedeu coletiva à imprensa sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 (CFE). Ao lado de Dom Murilo estavam o reverendo Bruno Almeida, pároco da paróquia Anglicana do Bom Pastor; o pastor Nelson Kilpp, da Igreja Luterana; a reverenda Sônia Mota, da Igreja Presbiteriana Unida e representante da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE); e o frei Jorge Rocha, coordenador da Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso.

Durante o evento Dom Murilo lembrou a importância da Campanha da Fraternidade para a sociedade. “Depois de uns 25 anos de existência, a Campanha começou a ter uma visão para fora da Igreja. Começamos a tomar como temas os desafios da sociedade: questões como menores abandonados, índio, mulher, afrodescendentes começaram a ser abordados; eram temas que precisavam de uma reflexão comum”, afirmou.

Ao falar sobre o tema da CFE 2016 – “Casa comum, nossa responsabilidade” -, o reverendo Bruno lembrou a necessidade de um saneamento básico que atenda a toda a população. “É importante nós, enquanto cristãos e cristãs, começarmos a entender que Deus quando nos criou e nos deu a terra para vivermos, Ele também nos confiou o cuidado do nosso planeta. E é importante que todos nós possamos assumir essa responsabilidade do cuidado com o outro, do cuidado com a criação, do cuidado com o nosso planeta”, disse.

Saneamento básico
De acordo com o texto base da Campanha, a limpeza urbana, o cuidado com o lixo, o controle de transmissores de doenças, como o Aedes Aegypti,– mosquito causador de doenças como dengue, zica e chikungunya -, o abastecimento de água potável, dentre outras medidas, são essenciais para manter uma qualidade de vida entre a população. “A Campanha da Fraternidade nos convoca para mostrarmos como igrejas o que nós podemos fazer concretamente sobre este tema. A falta de saneamento básico afeta toda a nossa casa comum. Estamos sofrendo na pele pela falta de saneamento básico e isso abrange também a nossa relação com a água, com os dejetos, com a questão do esgoto, com o que nós estamos fazendo com o lixo que produzimos, e também para refletirmos sobre a nossa posição enquanto sociedade do consumo”, afirmou a reverenda Sônia.

Nessa discussão, a preocupação é cuidar melhor da saúde da população, principalmente no que se refere às doenças causadas por falta de cuidado com saneamento básico. De acordo com o texto base, por causa de problemas com o esgotamento sanitário, água suja e falta de higiene, milhares de pessoas no mundo se tornam mais suscetíveis a doenças como diarreia, cólera, hepatite e febre tifoide.

O pastor Nelson destacou que o tema desafia dois aspectos importantes da fé cristã: preocupação com a justiça social, chamada de agenda marrom, e com a preservação do ambiente natural, chamada de agenda verde. “Essas duas agendas não podem ser separadas. O saneamento básico une as duas e nos desafia a não separá-las e a tratá-las em conjunto. Nós sabemos que a desigualdade social é um dos cânceres da nossa sociedade e a falta de saneamento escancara essa desigualdade”, afirmou.

Para Dom Murilo, o tema é desafiador, o momento é oportuno e é bom que as igrejas estejam unidas. “Uma campanha é lançada e logo depois se começa a tomar consciência do tema em nossas igrejas: ele entra em homilias, palestras, grupos que se reúnem, encontros, celebrações, cultos… começa-se a ser discutido. Em seguida, esse tema acaba indo apara a sociedade. Esse é o grande momento que a campanha realiza os seus objetivos: quando deixa os internos de nossas igrejas e de repente é discutido numa Assembleia Legislativa, numa Câmara Municipal, num encontro de comerciantes, de industriais… é um tema que todo mundo diz: ‘realmente, precisamos fazer alguma coisa’. E aí começam a nascer as iniciativas dentro das nossas igrejas, podem ser iniciativas pequenas, que vão se multiplicando”, disse.

Diálogo ecumênico
A Arquidiocese de Salvador conta com a Comissão Arquidiocesana para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso. Baseada no decreto Unitatis Redintegratio, sobre o Ecumenismo, e no documento Nostra Aetate, sobre a Igreja e as religiões não cristãs, a Comissão é uma Instância Articuladora da Ação Pastoral.

De acordo com o coordenador, frei Jorge Rocha, a Comissão, junto com outras religiões, pensa as questões comuns da vida humana, como a dignidade, a justiça, o respeito às outras pessoas e a sacralidade da vida. “Nós somos uma presença unitiva e ao mesmo tempo uma presença que quer promover, em alguns momentos, eventos em comum. E a Campanha da Fraternidade será uma grande oportunidade para realizarmos grandes coisas em comum. Em cada gesto que nós realizamos nós aprendemos a conservar as semelhanças e a respeitar as diferenças. Esse nosso modo de agir é um gesto que também produz paz, respeito e ao mesmo tempo anunciar Jesus Cristo como ponto unitivo da nossa fé e das nossas ações”, asseverou.

Para a reverenda Sônia, a CFE convoca todas as Igrejas a se unirem e a fazerem ações concretas em prol do bem comum. “Para nós a Campanha da Fraternidade Ecumênica é um espaço extremamente importante para como igrejas cristãs darmos o nosso testemunho de igrejas que não competem entre si, mas que se unem para trabalhar em conjunto, defendendo uma causa comum e por uma causa comum”, disse.

(Fonte: Arquidiocese de São Salvador da Bahia)
[:en]On the afternoon of Ash Wednesday (10), Dom Murilo Krieger, the Archbishop of Salvador and Primate of Brazil, held a press conference about the 2016 Ecumenical Fraternity Campaign (Campanha da Fraternidade Ecumênica: CFE). Sitting alongside the Archbishop were the Reverend Bruno Almeida, Parish Priest of the Bom Pastor Anglican parish; Pastor Nelson Kilpp, from the Lutheran Church; the Reverend Sonia Mota, of the United Presbyterian Church, and representing the Ecumenical Coordination of Service (Coordenadoria Ecumênica de Serviço: CESE); and Brother Jorge Rocha, Coordinator of the Archdiocesan Commission for Ecumenism and Inter-religious Dialogue.

During the event, Dom Murilo reminded everyone of the Fraternity Campaign’s importance to society. “After 25 years, the Campaign has obtained a vision beyond the Church. We have begun to take on themes that represent challenges to society: issues such as abandoned minors, Indigenous peoples, Afro-Brazilians, have all started to be addressed; themes that required a common reflection”, he stated.

Talking about the 2016 CFE theme – “Common home, shared responsibility” – the Reverend Bruno reminded the audience of the need for basic sanitation to serve the entire population, saying “It’s important that we, as Christians, start to understand that when God created us and gave us land to live on, He also entrusted us with the care of our planet. And it’s important that all of us begin to assume this responsibility of care for others, of care for creation, of care for our planet.”

Basic sanitation

According to the base text of the Campaign, urban cleaning, waste treatment, the control of elements that transmit diseases, such as the Aedes Aegypti – the mosquito that transmits diseases such as Dengue, Zika and Chikungunya –, the provision of drinking water, and other measures are all essential for maintaining the population’s quality of life. “The Fraternity Campaign invites us to demonstrate what churches can concretely do on this theme. The lack of basic sanitation affects all our common home. We truly suffer from the lack of basic sanitation and this includes our entire relationship with water, with waste, with the issue of sewage, with what we do with the rubbish we produce, and how we reflect on our position as a consumer society”, declared the Reverend Sonia.

The focus of this discussion is how to take better care of the population’s health, principally regarding diseases caused by a lack of basic sanitation. According to the base text, because of problems related to sewage, dirty water and a lack of hygiene, thousands of people around the world have become more susceptible to diseases such as diarrhoea, cholera, hepatitis and typhoid fever.

Pastor Nelson noted how the theme challenges two important aspects of the Christian faith: a concern with social justice, known as the brown agenda, and a concern with the preservation of the natural environment, known as the green agenda. “These two agendas cannot be separated. Basic sanitation unites the two and challenges us not to separate them, but to bring them together. We know that social inequality is one of the cancers of our society and a lack of sanitation exposes this inequality”, he said.

For Dom Murilo, the theme is challenging, the moment is timely and it is good that the churches are united. “A campaign is launched and immediately afterwards our churches become aware of its theme: it enters homilies, lectures, groups who come together, meetings, celebrations, services… it starts to be discussed. The theme then moves into society. This is the great moment and suddenly it is discussed in a Legislative Assembly, in a Municipal Chamber, in a meeting of business people or industrialists… it is a theme about which the whole world says: ‘we really need to do something’. And then initiatives begin to be born within our churches; they may be small initiatives, but then they multiply,” he said.

Ecumenical dialogue

The Archdiocese of Salvador includes the Archdiocesan Commission for Ecumenism and Inter-religious Dialogue. Based on the Unitatis Redintegratio decree on Ecumenism and the Nostra Aetate document regarding the Church and non-Christian religions, the Commission is a Coordinating Body of Pastoral Action.

According to its Coordinator, Brother Jorge Rocha, alongside other religions, the Commission considers issues common to human life, such as dignity, justice, respect for other people and the sacredness of life. “We are a unifying presence, while being, at the same time, a presence that seeks to promote common events at specific moments. The Fraternity Campaign will be a huge opportunity for us to do great things in common. In each gesture that we make, we learn and preserve our similarities, while respecting our differences. Our mode of action is a gesture that also produces peace, respect, while announcing Jesus Christ to be the unifying point of our faith and our activities,” he asserted.

For Reverend Sonia, the CFE calls on all churches to unite and carry out concrete activities for the common good. “For us, the Ecumenical Fraternity Campaign is an extremely important arena through which the Christian Churches give witness that churches do not compete with each other, but unite to work together, defending a common cause and towards a common cause,” she said.[:]

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