Debate sobre reforma política mobiliza Assembleia Geral da CESE 2015

A discussão sobre reforma política abriu os trabalhos nesta quinta (11) da edição 2015 da Assembleia Geral da CESE, evento que discute anualmente as diretrizes e perspectivas da Coordenadoria Ecumênica de Serviço.

Estiveram presentes representantes de organizações como a Cáritas, Koinonia, CEBI (Centro de Estudos Bíblicos), CLAI (Conselho Latino Americano de Igrejas), CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil) e as Igrejas IEAB (Episcopal Anglicana do Brasil), IPU (Presbiteriana Unida do Brasil), ABB (Aliança de Batistas do Brasil), ICAR (Católica Apostólica Romana), IECLB (Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) e IPI (Presbiteriana Independente do Brasil).

Representando o CFemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), Guacira César de Oliveira conduziu a roda de diálogo e começou apontando como o Congresso Nacional está conduzindo a reforma política: “exclusivamente eleitoral, voltada para blindar seus interesses, não para democratizar o sistema político”, resume.

A socióloga ressalta que estratégias para incidência política (como as quase 800 mil assinaturas coletadas em todo o Brasil no Projeto de Iniciativa Popular da Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas e as 10 milhões de assinaturas colhidas pelo Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político) estão sendo desconsideradas nesse debate, impossibilitando o diálogo possível com o Congresso.

Guacira, que é uma das fundadoras do CFemea, ressalta a baixa representatividade de mulheres, negros e indígenas no Congresso e ainda dialoga com os presentes sobre a necessidade de reafirmar a laicidade do Estado, instigando-os a somar forças para resistência e fortalecimento diante de retrocessos.

A secretária-executiva do Conic, Romi Bencke, colocou na balança a ambiguidade das ações de representantes de igrejas – individualmente progressistas, mas com postura menos enfática quando a frente de instituições religiosas.

Diante de todo esse contexto, Guacira reforça que o fortalecimento de grupos populares é indispensável, assim como a mobilização social sistemática para conter os riscos que estão sendo colocados diante dessa ofensiva conservadora e de grande magnitude – como redução da maioridade penal, terceirização do trabalho, estatuto da família e do nasciturno. “A Reforma Política tem a ver com isso também, assegurar agendas políticas para garantia de direitos. Galvanizar grupos populares para fazer pressão com propostas concretas é tarefa colocada para quem quer mudança, por meio de redes e articulações, mas também é preciso enfrentamento político e resistência frente aos poderes”.

Mística de abertura
O debate integra a Assembleia Geral da CESE, que abriu a manhã com uma mística, usando a simbologia da água como tema (inspiração da Semana de Oração 2015).

“Que água você trouxe para compartilhar conosco para matar a sua sede de justiça, de acesso a direitos?”, questionou a diretora-executiva da CESE, Sônia Mota, convidando os presentes a verterem a água de seus vasilhames no jarro e compartilharem seus sonhos e anseios. “Solidariedade”, “tolerância”, “teimosia”, “partilha”, “persistência”, “partilha”, “cooperação”, “juventude”, “liberdades” e “diversidade” foram os votos que emanaram desta manhã.

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