RODA DE DIÁLOGO ARTICULA JOVENS QUILOMBOLAS DOS ESTADOS DO AP, PA, MA, TO E BA

No último fim de semana, jovens de comunidades tradicionais das Regiões Norte e Nordeste do país se reuniram em Salvador (BA) na II Roda de Diálogo: Juventude Quilombola – Desafios e Perspectivas de Enfrentamento ao Racismo, promovida pela CESE nos dias 27 e 28 de março em Salvador.

Para se debruçar sobre os temas “experiências da juventude para garantia de direitos”; “intervenção em políticas públicas para a juventude”; “articulação para incidência política”; e “cultura como ferramenta de mobilização social”, foram convidados Geovan Bantu (Fórum Baiano de Juventude Negra), Hugo dos Santos (Levante Popular da Juventude), Silvânia Reis (Rede de Protagonistas em Ação de Itapagipe-Reprotai) e jovens do Projeto Ijé Ofé (Região Norte).

A atividade contou com a participação de cerca de 30 adolescentes e jovens dos Estados do Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins e Bahia (Ilha de Maré, Rio dos Macacos, Vitória da Conquista, Valença, Bom Jesus da Lapa, Maragogipe, Santo Amaro, São Francisco do Paraguaçu e Iguape).

Para o participante João da Conceição Santos, secretário do Conselho Estadual das Comunidades e Associações Quilombolas do Estado da Bahia, a segunda edição do encontro avançou no quesito empoderamento. “A primeira roda foi importante porque eu pude levar para juventude da minha região o debate sobre as políticas sociais de inclusão da juventude negra, como educação, saúde, moradia e fazer troca de experiência com outros jovens do Estado. Nesta roda é interessante porque a gente dá um pulo para além da comunidade, além da região. A gente dialoga com a juventude também de outros Estados. Isso vai nos dar um novo ânimo, um novo gás para que a gente possa reproduzir isso de forma eficaz nas comunidades quilombolas da Bahia”, coloca na balança.

“Participar da formação com outras comunidades quilombolas é uma experiência muito rica. Para minha comunidade no Pará, vou levar na bagagem novas reflexões sobre racismo, desigualdades e luta por direitos. Esses espaços de discussão que a CESE promove são muito importantes para fortalecer o movimento e empoderar a juventude negra”, reflete a jovem Queize Couto, da comunidade quilombola Malungo, do Proejto Ijé Ófé, Belém (PA).

Como lição de casa, o convidado Geovan Banto instigou os participantes a se mobilizarem para participação no Fórum Nacional de Juventude Negra em novembro – no que é complementado por Silvânia Reis, do Reprotai: “é uma grande responsabilidade de vocês replicaram esse conhecimento em suas comunidades de uma maneira que as pessoas sejam cativadas”, estabelece a missão a professora.

 

O Grupo Ágape, coletivo de Sussuarana, rompeu a noite do dia 27 com o lançamento do livro “A poesia cria asas” e recitou poesia de reflexão social, política e cultural, revolvendo nas cadeiras os jovens quilombolas presentes para visualizarem o poder revolucionário que a juventude tem em mãos.

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