Seminário sobre conjuntura internacional abre Fórum Social das Resistências

Onde vivem os monstros?

Seminário sobre conjuntura internacional abre Fórum Social das Resistências, mapeando os elementos do atual cenário político e acenando para estratégias de articulação

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“O velho mundo agoniza, um novo mundo tarda a nascer, e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”. Foi com a frase do filósofo Antonio Gramsci que uma das principais referências do movimento altermundialista, Gustave Massiah, amarrou o entendimento sobre qual perspectiva entende as convulsões do atual cenário político, durante o Seminário sobre Conjuntura Internacional. O diálogo faz parte da agenda do Fórum Social das Resistências e foi realizado na manhã desta quarta (17), no Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre (RS). Também compôs a mesa Socorro Gomes, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz.

O economista francês contemporiza sua fala, evidenciando o esgotamento do capitalismo e do neoliberalismo e a crise da civilização ocidental. “Estamos enfrentando essa ruptura, então as contradições estão se acentuando, com o aumento das desigualdades sociais. Nesse sentido, a partir de 2011, começaram a eclodir revoluções em vários países, começando pela Tunísia. E, como sabemos, depois de momentos revolucionários vêm as repressões”, explica.

Um conjunto de propostas ideológicas de extrema direita, pautadas no racismo e na xenofobia, é a base desse momento histórico, na percepção do francês. “Tem mais de 40 anos que a direita vem tentando justificar que a desigualdade é necessária para o progresso e que é necessário reprimir para garantir a segurança”. Esses são os novos monstros identificados por Massiah.

Gustave enumera ainda as cinco novas revoluções sobre as quais os novos monstros avançam: 1) revolução dos direitos das mulheres; 2) revolução dos direitos dos povos; 3) revolução ecológica; 4) revolução da internet; 5) revolução dos povos do planeta.

Diante dessa conjugação de elementos e fatores, Massiah entende como natural a dificuldade dos movimentos sociais em reverem suas estratégias. “Estamos frente a profundas mudanças. Sempre identificamos a luta de classes como o principal problema. Mas agora temos que entender a luta de classes articulada a essas cinco grandes mudanças”, sinaliza. “Temos que rever nossa estratégia, pensando no âmbito local e no mundial. Resistir aos monstros, mas definindo também um projeto alternativo”. E finaliza, conclamando a todas e todos para os novos tempos que se abrem: “Resistir é criar!”

Fórum Social Mundial

Abong, PAD, Articulação de Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil realizarão atividades conjuntamente com as agências de cooperação internacional no Fórum Social das Resistências.

Programação:

Dia 19/01/2017

9h30 – PLENÁRIA “O avanço da criminalização dos movimentos sociais, das lutas e dos/as defensores/as de direitos humanos no Brasil e seus efeitos sobre a democracia”

Falas de representantes:
– Povos e comunidades tradicionais –
– Articulação de Mulheres Brasileiras –AMB – Verônica Maria Ferreira
– Estudantes Ocupação das Escolas/POA-RS – Brisa de Moura
– Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST – Elaine Rissi
– Comitê Brasileiro de Defensores/as de Direitos Humanos – Diogo Cabral
-Acesso – Cidadania e Direitos Humanos – Jacques Távora Alfonsin
– Agências de cooperação –

Local: Parque da Redenção – Tenda dos Direitos Humanos

Dia 20/01/2017

9h30 – RODA DE CONVERSA “A situação das Organizações da Sociedade civil brasileira na conjuntura pós-golpe”

– Reunindo representantes das OSCs e das agências de cooperação.

13h – almoço

14h – RODA DE DIÁLOGO LIVRE: As perspectivas da cooperação internacional na luta por direitos no atual contexto global e nacional.

– Reunindo representantes de OSCs e de agências de cooperação internacional.

– Construindo uma agenda de continuidade dessa iniciativa no Brasil.

18h – Encerramento

Local: Parque da Redenção – Tenda dos Direitos Humanos

ORGANIZAÇÕES APOIADORAS:
Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH
Comissão Pastoral da Terra – CPT Nacional
FIAN Brasil
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Acesso – Cidadania e Direitos Humanos
Frente de Ocupação das Escolas/POA-RS
Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
Movimento de Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos

Participe!

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