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Com apoio emergencial da CESE, povo Ashaninka do Acre retoma produção de feijão, principal item de sua agricultura
12 de julho de 2021
O feijão é o produto central da agricultura dos Ashaninka, localizados em duas Terras Indígenas do Acre: os de Kampa e Isolados e os de Jaminawa/Envira. Além da pandemia de Covid-19, que afetou a comercialização do item, as enchentes que atingiram o estado em meados de fevereiro também intensificaram os prejuízos com a destruição de áreas de plantio geral – como de macaxeira e banana – e a criação de animais.
A partir dessa situação, a CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço apoiou o projeto “Apoio Emergencial para Terra Indígena Kampa e Isolados e Jaminawa/Envira”, enviado pela ASPARE – a Associação do Povo Ashaninka do Rio Envira. Com esse auxílio, a associação adquiriu cestas básicas, ferramentas para trabalho agrícola e sacos de fibra para armazenamento das produções de feijão.
Entrega das cestas básicas e materiais de trabalho ao povo Ashaninka. Foto: ASPAKNO
Hokixa Kampa, Ashaninka da Aldeia Formiguinha, na TI Jaminawa/Envira, foi um dos beneficiários do projeto. A casa dele foi uma das quatro severamente atingidas pelas enchentes na localidade. Por estar situada em um terreno baixo, também situado próximo a um igarapé, a área foi bastante afetada. Ao todo, 100 famílias foram atingidas diretamente. O benefício será entregue a famílias de 9 aldeias da região.
Agora o momento é de retomada. Os meses de julho e agosto serão de preparo do terreno para plantio do feijão e de todos os outros itens. A colheita deve acontecer nos próximos meses. Para Hokixa, o apoio fornecido pela CESE foi fundamental para recomeçar sua produção.
Ashaninkas cuidando de seu feijão, principal item da agricultura local. Registro feito em 2019. Foto: ASPAKNO
Este projeto foi apoiado dentro do Fundo Emergencial de Enfrentamento à Covid-19. O PPP – Programa de Pequenos Projetos da Cese esteve em funcionamento em 2020 e continua em 2021, para apoio a iniciativas dos movimentos sociais para a defesa de direitos.
Depoimento de Airton Silva de Oliveira e Ronienson Celino Kampa, indígenas do povo Ashaninka e beneficiários da ação.
E, atenta ao contexto de pandemia, a CESE continua acolhendo iniciativas para enfrentamento dessa situação e que contribuam para o amparo das famílias em situação de vulnerabilidade alimentar e sanitária, com possibilidade de apoio a cestas de alimentos, produtos de higiene, limpeza e equipamentos de proteção individual (EPIs).
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
