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<a href="https://www.cese.org.br/encontro-parceiros-as-de-heks-troca-de-experiencias-e-desafios-nas-questoes-de-genero/"><strong>Encontro parceiros/as de HEKS: troca de experiências e desafios nas questões de gênero</strong></a>
10 de novembro de 2020
Trechos de livro, muda de planta, óculos, flores, artesanatos, boneca, fotografia, sapato, papel, caneta, camiseta, publicação, mulher (Maria Edurvigem da Conceição) e maternidade foram símbolos trazidos pelas participantes na abertura da “Roda de Conversa sobre Política Institucional de Gênero”. A intenção foi esquentar o debate com simbologias que expressassem as experiências das mulheres e das organizações parceiras de HEKS do Programa País. A primeira etapa do encontro virtual aconteceu na última terça-feira (10/08) e reuniu dez entidades de diversos cantos do país.
As representações presentes se viram desafiadas a consolidar políticas capazes de enfrentar as desigualdades de gênero presentes na sociedade. Sônia Mota, diretora executiva da CESE, lembra de como esse processo foi iniciado e descreve como essa iniciativa é urgente e necessária: “Demos o pontapé em 2016, em 2018 a discussão se tornou mais densa, e hoje aprofundaremos o debate mais uma vez com organizações comprometidas na superação das desigualdades de gênero e raça. Esse encontro é muito desafiador, sobretudo, na atual conjuntura política brasileira de avanços dos fundamentalismos que atinge diretamente a vida das mulheres.”, afirmou Sônia.
A reunião teve como objetivo realizar uma escuta ativa sobre as dificuldades enfrentadas pelas organizações, a fim de criar condições e possibilidades de debater mais e contribuir na construção e/ou consolidação de uma abordagem institucional de gênero. O primeiro bloco de discussão trouxe o compartilhamento e trocas sobre as experiências sobre as ações que estão sendo desenvolvidas no âmbito de gênero. Rodas de conversas, articulações, elaboração de propostas, planejamento, encontros de formação, marchas locais e nacionais, incidência política, foram algumas ações que traduziram o modo de atuação e organização das entidades para enfrentar o sistema patriarcal, machista e capitalista. Em seguida, as participantes contaram com a facilitação de Carmen Silva, do SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia, com a sistematização e devolutiva dessas dificuldades, além de espaço dialogado para contestações e devolutivas.
Além da CESE e do SOS Corpo, estiveram presentes: Centro de Estudos e Ação Social (CEAS); FIAN Brasil; Processo de Articulação e Diálogo (PAD); Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM); Terra de Direitos; Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (CODECEX); Centro de Ação Comunitária (CEDAC); e Cooperativa Grande Sertão.
O segundo momento de debate será o dia 13 de novembro e contará também com a participação de coordenadores/as do projeto em parceria com a agência de cooperação internacional. Haverá a retomada do processo de discussão sobre o trabalho voltado para as mulheres, comentários sobre as dificuldades enfrentadas, desafios percebidos, e as considerações finais de CESE e HEKS.
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Minha história com a CESE poderia ser traduzida em uma palavra: COMUNHÃO! A CESE é uma Família. Repito: uma Família! Nos dois mandatos que estive como presidente da CESE pude experimentar a vivência fraterna e gostosa de uma equipe tão diversificada em saberes, experiências de fé, histórias de vida, e tão unida pela harmonia criada pelo Espírito de Deus e pelo único desejo de SERVIR aos mais pobres e vulneráveis na conquista e defesa dos seus direitos fundamentais. Louvado seja Deus pelos 50 anos de COMUNHÃO e SERVIÇO da CESE! Gratidão por tudo e para sempre!