“Enquanto estivermos vivas, não vão tirar nossa fala”, II Encontro de Mulheres do Cerrado - CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço" /> “Enquanto estivermos vivas, não vão tirar nossa fala”, II Encontro de Mulheres do Cerrado - CESE - Coordenadoria Ecumênica de Serviço" />

Com a força dos cantos e das vozes, as mulheres cerradeiras celebraram o II Encontro de Mulheres do Cerrado, realizado pela Articulação de Mulheres do Cerrado ,nos dias 11 e 12 de novembro de 2020, através de uma plataforma virtual devido à pandemia do novo Coronavírus.

Mais de 100 mulheres participaram do encontro, entre elas mulheres indígenas, quebradeiras de coco babaçu, retireiras do Araguaia, geraizeiras, sem terra, atingidas por barragens, camponesas, quilombolas, pequenas agricultoras, assentadas e assessoras de movimentos e organizações.

Com o tema “Mulheres do Cerrado construindo resistências”, participantes de diversos estados partilharam suas experiências de luta no enfrentamento às opressões que violam os corpos e territórios. Denunciaram os impactos do agronegócio, grandes empreendimentos, mineração e pautaram a defesa pela vida e pelos corpos das mulheres, que diariamente sofrem diversas violências e violações.

O encontro se dividiu em dois momentos. O primeiro com o tema “Capitalismo, patriarcado e machismo, racismo e etnocentrismo como estruturante da realidade social”, que debateu através da facilitação de Carmen Silva (SOS Corpo), sobre as diversas violências de gênero produzidas pelo sistema de dominação patriarcal e capitalista.


Já o segundo momento trouxe a temática do “Sistema Capitalista e Pandemias. O impacto na vida das mulheres e resistências”, que contou com a facilitação das companheiras Maria Kazé (MPA-PI), Fátima Barros (Quilombo São Vicente-TO) e Meire Diniz (CIMI-MA e Teia dos Povos-MA), partilhando sobre os protagonismos e resistências das mulheres do cerrado, fazendo conexões com a luta e espiritualidade.

Diante atual conjuntura, muitos desafios se apresentam. De um lado, a pandemia de COVID-19 tem distanciado os corpos que se nutrem através dos abraços e das partilhas presenciais. De outro, a pandemia atinge territórios tradicionais e indígenas em todo o país, agravando os diversos impactos já existentes, produzidos pelos ataques do atual governo, com o desmonte de políticas públicas e violações aos direitos das mulheres e dos territórios tradicionais. Foi nesse contexto que o encontro mostrou que, apesar disso, as mulheres cerradeiras seguem de pé e em luta!