FE ACT Brasil promove missão ecumênica junto a comunidades Kaingang e Guarani
13 de dezembro de 2017
Entre os dias 14 e 16 de dezembro, o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN), a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) estarão realizando a Missão Ecumênica em Solidariedade aos Povos Indígenas Kaingang e Guarani do RS, uma iniciativa do Fórum Ecumênico ACT Brasil (FE ACT Brasil).
O objetivo é denunciar, também em âmbito internacional, o contexto de desmonte, retirada de direitos, intolerância e violência, especialmente no que se refere aos povos historicamente invisibilizados pelas políticas públicas e às defensoras e defensores de direitos humanos.
As visitas se darão em uma comunidade Kaingang, em Carazinho, onde vivem 35 famílias, e em duas comunidades Guarani, uma em Maquiné, com 18 famílias, e a outra em Capivari, com 20 famílias. As três comunidades estão aguardando a demarcação das terras, que vem sendo protelada pela Funai. Além da questão da terra, preconceito e violência, os problemas enfrentados incluem a falta de acesso à água, ao saneamento básico e habitação.
Na agenda, também está marcada uma apresentação e debate da publicação Direitos Humanos no Brasil: Informe da Sociedade Civil sobre a situação dos DHESCAs, na sede da FLD, em Porto Alegre (RS). A publicação é organizada pela Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil e coordenada pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), pelo Processo de Articulação e Diálogo Internacional (PAD) e por parceiros da agência de cooperação internacional Misereor. Logo após o debate, haverá o lançamento das publicações Tecendo Vidas, do COMIN, e Fé, Justiça de Gênero e Incidência Pública – 500 anos da Reforma e Diaconia Transformadora, da FLD.
Desde 2015, organizações realizam missões ecumênicas, mobilizando lideranças de todo o Brasil, para estarem junto a comunidades e territórios ameaçados e criminalizados. A I Missão Ecumênica ocorreu no Mato Grosso do Sul, em outubro de 2015. Desde então, foram organizadas mais ações, também no MS, e em novembro deste ano, em Pau D´Arco (PA). A participação é de representações de igrejas, organismos ecumênicos e inter-religiosos, organizações da sociedade civil e defensoras e defensores de direitos humanos.
Programação
14/12, quinta-feira
- 17h às 20h: Debate sobre direitos humanos no Brasil e situação dos DHESCAs e lançamento das publicações Tecendo Vidas, do COMIN, e Fé, Justiça de Gênero e Incidência Pública – 500 anos da Reforma e Diaconia Transformadora da FLD.
- Local: Sede da Fundação Luterana de Diaconia, Rua Dr. Flores 62/901, centro de Porto Alegre (RS).
15/12 , sexta-feira
- Visita à comunidade Kaingang, em Carazinho, e Audiência Pública sobre Criminalização, território e políticas públicas, em Passo Fundo. Após, celebração Ecumênica.
16/12, sábado
- Visita a comunidades Guaraní em Maquiné e Capivari.
Foto: Povo Guarani reafirma sua luta pela terra sem males, em ato realizado no dia 7 de fevereiro de 2015, em São Gabriel (RS), durante o 9º encontro em homenagem a Sepé Tiaraju/Banco de imagens do CIMI
Notícia: FLD – Fundação Luterana de Diaconia
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!