FEACT Brasil denuncia fundamentalismos ao Conselho Nacional de Direitos Humanos

Durante sua 54ª Reunião Plenária, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) recebeu um grupo de representantes do Fórum Ecumênico ACT Brasil, uma articulação inter-religiosa e ecumênica por religiões e direitos humanos. O Fórum é membro de ACT Alliance, que tem sede e, Genebra, na Suíça, e realiza ações de enfrentamento aos fundamentalismos, atua em ações de ajuda humanitária e incidência política. O secretário geral de ACT, Rudelmar Bueno de Faria, integrou o grupo.

A pauta foi articulada pela Fundação Luterana de Diaconia (FLD), membra de FE ACT e do CNDH, e contou com a participação de representações cristãs, budistas, muçulmanas, do candomblé, da umbanda, Fé Bahá’í e Iniciativa das Religiões Unidas (URI, sigla em inglês). Na oportunidade, entregaram o relatório apresentado na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, sobre o avanço dos fundamentalismos e o impacto para os direitos humanos, assinado por diversas organizações da sociedade civil do Brasil e outros países. O documento foi entregue à CIDH em novembro por Koinonia, representando o Fórum brasileiro, e as organizações Paz y Esperanza e Iprodes, do Peru.

A conselheira do CNDH, secretária executiva da Fundação Luterana de Diaconia, Cibele Kuss, que também integra o FE ACT, apresentou sua preocupação com a confluência de fundamentalismos religioso, especialmente cristão, econômico e político e como isso afeta o panorama de direitos humanos.

O FE ACT está em campanha global e queremos uma atenção internacional especial à situação de abusos no Brasil e na América Latina, com um cenário de agenda extremamente contrária aos direitos humanos, com discriminação e ataques à comunidade afrodescendente, aos pobres em geral e às mulheres especificamente”, afirmou Kuss, que completou: “Os fundamentalismos afetam e interrompem processos democráticos, amplos e inclusivos de direitos humanos. A politização da religião é algo perigoso. É uma equação que coloca a humanidade em risco, pois ameaça a justiça climática, a justiça de gênero e a paz”.

A pastora Romi Bencke, secretária geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), apresentou elementos da pesquisa sobre laicidade e Estado com ênfase nos projetos de lei no Congresso Nacional, coordenado pelo CONIC-FEACT no contexto da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, e afirmou: “laicidade do Estado brasileiro nunca existiu, pois, o Brasil sempre se relacionou com tradições de fé hegemônicas, como o cristianismo”.

O secretário geral da Aliança ACT apresentou os desafios globais do avanço fundamentalista e destacou o avanço contra a democracia nos EUA e no Brasil e no nosso subcontinente Latino Americano. “O Fórum Ecumênico está em campanha global e queremos uma atenção internacional especial à situação de abusos no Brasil e na América Latina, com um cenário de agenda extremamente contrária aos direitos humanos, com discriminação e ataques à comunidade afrodescendente, aos pobres em geral e às mulheres especificamente”. Disse ainda que os fundamentalismos afetam e interrompem processos democráticos, amplos e inclusivos de direitos humanos. “A politização da religião é algo perigoso. É uma equação que coloca a humanidade em risco, pois ameaça a justiça climática, a justiça de gênero e a paz”.

Sobre o FEACT

Fórum Ecumênico ACT – Brasil é um coletivo formado por 23 organizações baseadas na fé, entre elas 7 igrejas,  fundado em 1994. Seu objetivo é o de estabelecer canais de diálogo e cooperação entre Igrejas, organismos ecumênicos e sociedade. O FEACT está vinculado internacionalmente à ACT-Alliance e promove, ano após ano, reflexões sobre religião, espaço público, além de ações de incidência em torno de temas que têm alguma ligação com direitos humanos e religiões.

O FEACT integra o movimento ecumênico internacional, além de articulações de direitos humanos nacionais, entre eles, Plataforma DHESCA, Articulação para o Monitoramento dos DH Brasil, Plataforma de Ação e Diálogo, Plataforma dos movimentos sociais pela Reforma Política, entre outros.