No Dia Mundial do Meio Ambiente, Le Monde Diplomatique Brasil e CESE lançam podcast especial “Território Vivo: o combate às mudanças climáticas no Cerrado”

O jornal Le Monde Diplomatique Brasil lança na próxima segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, a série especial “Território Vivo: o combate às mudanças climáticas no Cerrado”, segunda parceria entre o podcast Guilhotina e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). O especial explora o enfrentamento às mudanças climáticas sob a perspectiva dos direitos territoriais dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado.

Ouça no site do Le Monde Diplomatique Brasil

Serão quatro episódios quinzenais trazendo as experiências dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado – com foco especial nas regiões do MATOPIBA – mostrando como os seus modos de vida, a sua sociobiodiversidade, a sua relação com os campos, as águas e as florestas são fundamentais para fazer o enfrentamento à crise climática, abordando também a importância de garantir a permanência dessas pessoas em seus territórios.

O primeiro episódio da série traz as experiências das mulheres quebradeiras de coco babaçu do Piauí, partindo do relato de Helena Gomes da Silva, coordenadora do Movimento Interestadual da Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), e das apanhadoras de flores sempre-vivas de Minas Gerais, com a fala de Maria de Fátima Alves, a Tatinha, da Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (Codecex).

As apanhadoras de flores são a primeira experiência no Brasil a receber o selo de reconhecimento de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), concedido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A incidência política das quebradeiras garantiu a sanção da Lei do Babaçu Livre em dezembro de 2022, que reconhece como patrimônio cultural do estado do Piauí, as atividades tradicionais de coleta e quebra de coco babaçu, os produtos delas decorrentes e seu modo tradicional de produzir.

O episódio também conta com a participação de Fernanda Monteiro, que é agrônoma e geógrafa. Ela trabalha com temas de identidades, território, agroecologia, biodiversidade, campesinato e povos tradicionais. Há anos vem trabalhando junto às comunidades apanhadoras de flores e outros grupos no Cerrado.

A série estreia com uma discussão sobre os impactos positivos da produção agroecológica e dos sistemas produtivos dos povos e comunidades tradicionais no meio ambiente, destacando a importância das mulheres enquanto guardiãs da ancestralidade e guerreiras da resistência, versus modelo de desenvolvimento capitalista excludente e pautado pela lógica de exportação de commodities, exploração dos territórios e geração do lucro.

O especial Território Vivo pretende romper com o hábito da imprensa hegemônica de pautar os povos e comunidades tradicionais apenas em momentos de tragédias. A série também abordará os enfrentamentos diretos que essas comunidades fazem contra o agronegócio, o hidronegócio, a mineração, fazendeiros e outros grandes empreendimentos, mas a ideia principal é valorizar os seus modos de vida. Falar da denúncia a partir do anúncio.

Essas pessoas têm uma relação que é naturalmente de cuidado e respeito com o meio ambiente. Não existem fronteiras entre elas e os territórios. E por isso é fundamental garantir o seu direito de permanecerem onde sempre estiveram, nas terras e águas das quais sempre cuidaram.

A parceria entre CESE e Le Monde Diplomatique Brasil é mais uma ação prevista nas atividades comemorativas pelos 50 anos de fundação da CESE. Acompanhe a divulgação da série especial que irá mostrar que a possibilidade de futuro vem da Terra e é ancestral!