Mobilização de Recursos Locais é tema de oficinas na América do Sul, Central e no Caribe

A CESE realizou uma jornada de oficinas de Mobilização de Recursos pelas Américas com representantes e membros da Rede Global de Organizações da Sociedade Civil para Redução de Desastres(Global Network of Civil Society Organisations for Disaster Reduction – GNDR), organização não governamental que conta com mais de 1000 membros pelo mundo, distribuídos em 109 países.

O objetivo das oficinas foi capacitar os membros da GNDR  da América do Sul, Central e do Caribe em mobilização de recursos locais através dos cursos on line do portal Virando o Jogo.  Com a formação, a GNDR espera que as organizações sociais melhorem suas capacidades de planejamento, monitoramento e avaliação para mobilização de fundos e desenvolvam habilidades de comunicação para acessar pessoas físicas para apoiarem seus projetos.

Segundo Maria Verônica Bastias(GNDR -Chile), os fundos recebidos pelas organizações da sociedade civil no continente tem diminuído a cada década e a vulnerabilidade das populações desses países aumentado, o que demanda uma maior capacidade de gestão e mobilização de fundos locais para o enfrentamento de novos problemas.

Oficina de San Jose -Costa Rica


Emma Kerr ( Gerente de desenvolvimento de redes da GNDR -Londres) e Maria Veronica Bastias
( Coordenadora America do Sul, Central e Caribe – GNDR Chile) com Claudia Florentin e Patricia Gordano
(Facilitadoras CESE -Change The Game)

A primeira etapa da formação aconteceu  no dia 28 de agosto, em San Jose (Costa Rica), com 22 membros da América Central ( Honduras, Nicarágua, Panamá, Guatemala, El Salvador e Costa Rica). O encontro foi marcado pela análise do papel da cooperação internacional na América Central e diálogo sobre como a mobilização de recursos locais pode contribuir para a sustentabilidade das organizações.

A segunda oficina aconteceu em Cuba, no Caribe, no dia 2 de setembro, com membros da GNDR e da ACT Alliance da República Dominicana, Haiti e Cuba.

 
Oficina de Havana – CUBA –  com a presença de Bijay Kumar (Índia),             Joel Ortega Dopico – Conselho de Igrejas de Cuba
diretor executivo da GNDR

O futuro do apoio da Cooperação Internacional no Caribe, o aumento das violações de direitos e o modelo de desenvolvimento na região, que afeta diretamente o clima e as populações mais vulneráveis, foram algumas questões amplamente discutidas. A oficina aconteceu em Havana (Cuba) na sede do Conselho de Igrejas de Cuba e contou com a participação do Secretário Geral da GNDR, Bijay Kumar (Índia) que destacou a importância do desenvolvimento das capacidades de gestão e comunicação entre os membros do Caribe para ampliar a mobilização de recursos e apoios: ” Pessoas doam para organizações que confiam, que prestam contas do que foi doado, de forma transparente”.


Oficina de Havana – CUBA

A última oficina aconteceu no 11 de setembro, a 28 membros da América do Sul em Assunção, capital do Paraguai. O bloco sul americano estava representado por 9 países: Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Equador, Peru, Bolívia, Colômbia e Brasil.

Os(as) participantes refletiram  sobre a necessidade de fortalecimento do bloco em um período de grandes retrocessos políticos, sociais e econômicos, que ampliaram a violência e as desigualdades no continente e apontaram como essencial a não dependência de uma só fonte de recursos. Segundo Emma Kerr, gerente de desenvolvimento de redes da GNDR, o programa Virando o Jogo é uma oportunidade das organizações conhecerem novas estratégias de mobilização de recursos e desenvolverem habilidades de comunicação de suas causas.

As oficinas fazem parte do Programa Virando o Jogo que tem como objetivo fortalecer organizações da sociedade civil nas áreas de mobilização de recursos locais e incidência política – uma iniciativa da agência de cooperação holandesa Wilde Ganzen, em conjunto com Smile Foundation (Índia), KCDF (Quênia) e CESE (Brasil), com o apoio do governo holandês.

Sobre a GNDR

A Rede Global de Organizações da Sociedade Civil para Redução de Desastres (GNDR) foi fundada em 2007 na crença de que a sociedade civil terá mais impacto sobre o reforço da resiliência de pessoas vulneráveis, trabalhando em conjunto. Em 2008 a GNDR lançou o pioneiro ‘Vistas da linha de frente’ (VFL) – um programa de monitoramento participativo projetado para reforçar a responsabilidade pública da política de redução de risco de desastres, proporcionando uma visão independente dos progressos no sentido da implementação do HFA à nivel local. A VFL reúne uma amostra representativa de perspectivas das comunidades afetadas, autoridades locais e organizações da sociedade civil onde as catástrofes têm maior impacto. O programa bienal destaca os desafios na redução do risco de desastres considerado por involucrados locais como os mais críticos para o fortalecimento da resiliência da comunidade.

A GNDR concentrou-se em três objetivos fundamentais para redução de riscos e aumento da resiliência dos mais vulneráveis, por meio de:

Fortalecimento e colaboração entre membros da GNDR.
Maior envolvimento entre a sociedade civil e outras partes interessadas.
A difusão da realidade cotidiana das pessoas em maior risco.
Tudo isso se traduz em como o GNDR como uma rede facilita a interação entre os membros, ajudando-os em seus esforços de incidência política em diferentes plataformas em todos os níveis e apoiando organizações que trabalham na linha de frente com perfis de risco locais  com a implementação de ações e programas de aprendizagem.

Saiba mais em www.gndr.org