Não se envolva em falsas acusações nem condene à morte o inocente e o justo,
porque não absolverei o culpado. Êxodo 23:7
À Sociedade Brasileira e ao Povo Baiano.
Nós, Igrejas e Organizações Baseadas na Fé, viemos por meio desta nota pública, demostrar apoio e denunciar o agravamento dos processos de violências sofridos pelos povos Indígenas dos Territórios de Comexatibá e Barra Velha no extremo sul da Bahia-Brasil.
De acordo com lideranças do territórios Indígenas atingidos, por meio de uma carta aberta veiculada no dia 08/09/22 no site da APIB e através das redes sociais, há mais de três meses os indígenas vem sendo aterrorizados com ameaças, coações tocaias, tiroteios perpetrados por homens encapuzados e fortemente armado com gás lacrimogêneo, fuzis, escopetas calibre 12 e rifles 38 que tem tirado a paz das comunidades e assassinando adolescentes.
Afirmam que drones têm sobrevoado as moradias constantemente e as notícias falsas são utilizadas como forma de desarticular as lideranças e apoiadores históricos dos povos Indígenas, por meio da difamação e calúnia.
A carta traz o relato que se descobriu na fazenda São Jorge vizinha e limitante com o Pequi Velho (fazenda Santa Bárbara/Santa Rita) pertencentes ao território indígena Comexatibá, um depósito de armas e munição que servia de alojamento para os pistoleiros e milicianos. E ressaltam que os ataques e violências são metodicamente planejados contra os povos indígenas do Brasil e da Bahia especialmente nesta região são feitos com a anuência da FUNAI e a omissão dos órgãos de segurança pública. E denunciam que essas ações violentas contam com a participação de militares que prestam serviços extras aos fazendeiros em conflito.
Diante deste relato, nos colocamos em oração e em apoio aos povos indígenas e com eles nos somamos em seus pedidos por:
Ação imediata das autoridades, diante da iminência de mais um massacre contra o povo Pataxó;
A suspensão da circulação da suposta matéria caluniosa;
A identificação dos assassinos do adolescente de 14 anos e devido enquadramento nas leis;
A desintrusão do território e retirada das milícias e pistoleiros contratados para espalhar a morte e o terror no território;
E imediata demarcação dos Territórios Indígenas de Barra Velha e Comexatibá.
Na certeza de que Deus não encontra prazer na injustiça nem se alegra com a perversidade, levantamos nossas vozes como um gesto profético que se soma aos povos Indígenas em sua denúncia das violências sofridas e no anúncio de que estaremos juntos e juntas na construção de uma nova sociedade livre da ganância, do ódio, do preconceito e da violência estrutural, para celebrar a vida e a beleza de nossa diversidade.
Assinam esta Nota:
Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs – CEBIC
Cooordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE
Centro de Estudos Bíblicos – CEBI
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito – Núcleo Bahia
Fórum Ecumênico ACT Brasil – FEACT
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC
Koinonia – Presença Ecumênica
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Arcediagado Sul DAR/IEAB
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Igreja Batista Nazareth
Comunidade da Trindade
Comunidade de Jesus
Aliança de Batistas do Brasil