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Organizações baseadas na fé promovem caminhada no Pelourinho em nome da liberdade religiosa
23 de janeiro de 2023

21 de janeiro: DIA NACIONAL DE COMBATE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
O Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi oficializado em 2007 através da Lei n.º 11.635, de 27 de dezembro. A data é uma homenagem à Mãe Gilda de Ogum, que morreu em consequência de racismo religioso que sofreu. Mãe Gilda e o 21 de janeiro, desde então, simbolizam a luta pela liberdade religiosa.
Para marcar a data e reafirmar que pessoas de todas as expressões de fé importam e merecem respeito, o CEBIC – Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs e KOINONIA – Presença Ecumênica, com o apoio de diversas organizações, entre elas a CESE promoveram, no último sábado, dia 21, a Caminhada Inter-religiosa no Pelourinho, em Salvador/BA. O ato partiu da Igreja Rosário das Mulheres e dos Homens Pretos, em direção ao Monumento da Cruz Caída, na Praça da Sé, reunindo diversas representações religiosas, como lideranças cristãs, protestantes e católicas, candomblecistas, umbandistas, mulçumanas, hare krishna, espíritas, entre outras.
Durante o trajeto, as pessoas exibiram cartazes contra o Racismo Religioso e a favor da Democracia. Com um grupo de Afoxé formado por de mulheres de terreiro que tocavam seus instrumentos, a caminhada agregou mais pessoas presentes nas ruas e ladeiras do Pelourinho. À medida em que avançava, a população parava e os tambores silenciavam em sinal de respeito.
Quando o cortejo chegou ao Terreiro de Jesus, os tambores do Olodum pararam para depois repicarem dobrado em sinal de respeito até que a Caminhada chegasse a Praça da Sé.
Na Cruz Caída, diante da Baía de Todos os Santos, o Irmão Henrique, da Comunidade da Trindade, conduziu o momento da troca de bençãos entre as várias representações religiosas que ali estavam em sinal de amor e respeito.
Enquanto as bençãos eram trocadas, as fitinhas confeccionadas pelo CEBIC com a palavra paz escrita em várias línguas foram distribuídas entre as pessoas presentes como um gesto de respeito mútuo. Assim, sobre as benção do Sagrado que habita o coração das pessoas de bem nos despedimos comprometidas em construir a Paz no nosso cotidiano.









Intolerância Religiosa é Crime! As organizações que promoveram esse ato assumem o compromisso de respeitar e reafirmar que todas as pessoas são dignas de respeito e de liberdade de crença, inclusive as que não professam nenhum credo.
Confira as fotos da caminhada no facebook da CESE clicando AQUI
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#NãoaoRacismoReligioso #LiberdadeReligiosa
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Eu preciso de recursos para fazer a luta. Somos descendentes de grupos muito criativos, africanos e indígenas. Somos na maioria compostos por mulheres. E a formação em Mobilização de Recursos promovida pela CESE acaba nos dando autonomia, se assim compartilharmos dentro do nosso território.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.