Política: Palavra Feminina – Representatividade das Mulheres Nos Espaços de Poder

Segundo o Inter-Parliamentary Union, o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar de mulheres. No ranking, a nossa taxa é de aproximadamente 10 pontos percentuais a menos que a média global e está praticamente estabilizada desde a década de 1940. Isso indica que além de estarmos atrás de muitos países em relação à representatividade feminina, poucos avanços têm se apresentado nas últimas décadas. Esse cenário se observa em todas as esferas do poder do Estado. Desde as câmaras dos vereadores até o Senado Federal, essa taxa de representatividade ainda permanece muito baixa, mesmo em um cenário no qual 51% dos eleitores são mulheres.

Nas últimas eleições municipais, em 2016, os brasileiros escolheram 50 mil vereadores homens e somente 7.811 vereadoras mulheres. A situação não é muito diferente se olharmos para as assembleias legislativas estaduais ou o Congresso Nacional. Nas eleições de 2014, dos 1.035 legisladores estaduais eleitos, somente 114 eram mulheres, ou apenas 11% do total. No Congresso Nacional, foram eleitas somente 61 mulheres para 513 cadeiras, ou 12% do total.

A ausência de mulheres no espaço de poder, e decisões políticas, aumenta ainda mais as desigualdades de gênero. O feminicídio, o estupro, o assédio, a subalternização são algumas das mazelas que a cultura capitalista, machista, racista, e genocida usa como arma de dominação das mulheres. A violência contra a mulher persiste, seja ela física, psicológica, patrimonial ou moral. E é através da política que esse quadro pode ser transformado.

2020 é um ano de eleições municipais, um momento especial de diálogo com a sociedade, em que temos a oportunidade de escolher quem nos representa na política institucional, principalmente diante de manifestações fascistas e conservadoras. É tempo de reafirmar a democracia através do voto, reforçando as candidaturas de mulheres negras, feministas, antirracistas e populares, e se colocando contra as candidaturas que expõem comportamentos machistas, misóginos, LGBTQfóbicos, violentos e racistas. O grupo 8M Salvador, composto por instituições de mulheres dos diversos setores organizados se unem com o propósito de realizar ações que potencializem e fortaleçam a representatividade das mulheres na política e nas eleições de 2020.

Com o tema: Política: Palavra feminina – Representatividade das Mulheres Nos Espaços de Poder, o Grupo 8M Salvador propõe uma reflexão sobre as mulheres e o mundo da política. Convocamos a todas mulheres a mobilizar e ocupar esse espaço político por excelência que é a rua.

No domingo de 8 de março, no Cristo da Barra, às 9 horas da manhã, venha e traga mais uma, e mais uma, e mais uma. Somando forças, de mãos dadas, e punhos erguidos contra o machismo, o racismo, a LGBTQfobia e todo tipo de opressão.

Grupo 8M Salvador-BA