Programa Virando o Jogo fortalece movimentos sociais com estratégias de incidência política e mobilização de recursos

Entre os meses de agosto e setembro a CESE realizou oficinas de Formação em Incidência Política e Mobilização de Recursos Locais, em Salvador (BA), e uma jornada deste último tema na América do Sul, Central e do Caribe. Os cursos fazem parte do Programa Virando o Jogo, programa de apoio ao fortalecimento de organizações nas áreas de mobilização de recursos locais e incidência política – uma iniciativa da agência de cooperação holandesa Wilde Ganzen, em conjunto com Smile Foundation (Índia), KCDF (Quênia) e CESE (Brasil), com o apoio do governo holandês.

Formações realizadas no Brasil

As formações realizadas no Brasil contaram com a presença de representantes de diversas organizações e movimentos sociais (movimento ecumênico e de mulheres negras, juventude negra, e populações tradicionais como povos indígenas, comunidades quilombolas, catadoras de mangada e fundo e fecho de pasto. Além da participação de pescadoras, extrativistas e apanhadoras de flores, juventude, grupos de arte e cultura e representantes do movimento de luta por moradia.

O curso de mobilização foi composto por conteúdos sobre o ciclo da mobilização de recursos, rede de relacionamento, comunicação, planejamento e a uma roda de conversa sobre “Conjuntura e Sustentabilidade – Desafios e Perspectivas” com a presença de Felipe Estrela (Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais – AATR/Bahia) e Raiovana Santana (Movimento de Cultura Popular do Subúrbio – Bahia) que trouxeram em suas falas as vivências dos movimentos sociais e a reflexão sobre o papel de cada organização no atual contexto político.

Para Marília Pinto, analista de Comunicação da CESE e uma das facilitadoras do curso, a área de mobilização de recursos tem sido uma demanda crescente no diálogo e articulação da CESE com os movimentos populares, sobretudo no cenário de violação de direitos vivenciado no Brasil: “Diante de tanto retrocesso com as minorias, somos desafiados/as a contribuir com o fortalecimento e as condições de sustentabilidade dos grupos, reconhecendo a importância da autonomia para a afirmação da democracia e as possibilidades de transformação social através da articulação em rede.”.

Com esse mesmo tom, de rearticulação e reorganização popular para o cenário político, que Viviane Hermida, assessora de projetos e formação da CESE e uma das facilitadoras do curso sobre Incidência Política, traz a reflexão sobre os processos de resistência e defesa de direitos. Para ela, a CESE vem buscando cumprir sua missão de fortalecer os movimentos populares através de várias estratégias, e nos últimos anos tem investido fortemente no campo da formação: “Diante dos desafios que nos são impostos de forte polarização política e ideológica, a área de incidência política vem sendo apontada como prioridade no nosso diálogo com movimentos populares em suas lutas por direitos.”.

Os cursos de Mobilização de Recursos Locais e Incidência Política aconteceram entre os dias 19 e 23 de agosto, e 16 e 20 de setembro, respectivamente. As matérias completas podem ser acessadas em: PROGRAMA VIRANDO O JOGO FORTALECE ORGANIZAÇÕES POPULARES COM CURSO SOBRE MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS LOCAIS e CESE FORTALECE MOVIMENTOS SOCIAIS COM ESTRATÉGIAS DE INCIDÊNCIA POLÍTICA.

Formações pelas Américas

A CESE realizou também uma jornada de oficinas de Mobilização de Recursos pelas Américas com representantes e membros da Rede Global de Organizações da Sociedade Civil para Redução de Desastres(Global Network of Civil Society Organisations for Disaster Reduction – GNDR), organização não governamental que conta com mais de 1000 membros pelo mundo, distribuídos em 109 países.

A primeira etapa da formação aconteceu  no dia 28 de agosto, em San Jose (Costa Rica), com 22 membros da América Central ( Honduras, Nicarágua, Panamá, Guatemala, El Salvador e Costa Rica). O encontro foi marcado pela análise do papel da cooperação internacional na América Central e diálogo sobre como a mobilização de recursos locais pode contribuir para a sustentabilidade das organizações.

A segunda oficina aconteceu em Cuba, no Caribe, no dia 2 de setembro, com membros da GNDR e da ACT Alliance da República Dominicana, Haiti e Cuba.

A última oficina aconteceu no 11 de setembro, a 28 membros da América do Sul em Assunção, capital do Paraguai. O bloco sul americano estava representado por 9 países: Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Equador, Peru, Bolívia, Colômbia e Brasil.

Acesse a matéria completa em: MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS LOCAIS É TEMA DE OFICINAS NA AMÉRICA DO SUL, CENTRAL E NO CARIBE