O Comitê Gestor (CG) do projeto Dabucury se reuniu entre os dias 14 e 16 de agosto na sede da CESE, em Salvador. Na ocasião, os membros se debruçaram na análise das propostas inscritas no primeiro edital de apoio a projetos de gestão territorial e ambiental em Terras Indígenas.
Durante os três dias de reunião, o Comitê discutiu o mapa dos projetos classificados com base nos critérios qualitativos e nas questões que permeiam as realidades dos territórios, a fim de analisar as propostas recebidas conforme as exigências do edital.
“Foi uma atividade muito proveitosa. Conseguimos obter um bom equilíbrio na distribuição geográfica, identificar a fragilidade dos territórios e considerar o trabalho da Câmara Técnica. Da reunião surgiram novas estratégias e questões para melhorar os próximos editais. O Dabucury nasceu também como um sonho do Podáali – Fundo Indígena da Amazônia Brasileira – e estar junto nesse processo tem sido uma aprendizagem. Essa parceria é saudável e tem sido importante para a nossa caminhada. O Dabucury tem tudo para seguir em frente, pois é um projeto que surgiu da visão da rede Coiab”, comentou Rose Meire Barbosa, vice-diretora do Fundo Podáali.
A coordenadora do Centro Amazônico de Formação Indígena (CAFI) da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Gracinha Manchineri, também avaliou positivamente a reunião e destacou o compromisso do Comitê Gestor durante os três dias de avaliação. “Esse projeto vai beneficiar os locais que realmente precisam, especialmente aqueles com pouco acesso. Todos os critérios foram cuidadosamente construídos para garantir que estamos fazendo o certo para quem precisa. Esse compromisso faz toda a diferença”, afirma.
O CG é composto pela CESE, Coiab, Apib, Fundo Podáali e especialistas de notório saber. Cabe ao Comitê definir estratégias para os diversos temas ligados ao Dabucury, voltado ao apoio a projetos de gestão ambiental e territorial indígena e seus impactos nos diferentes estados.
Estiveram presentes na reunião: Dinamam Tuxá, coordenador executivo da APIB (Associação dos Povos Indígenas do Brasil); Maria das Graças Manchineri, coordenadora do Centro Amazônico de Formação Indígena da Coiab; Rose Meire Barbosa, vice-diretora do Fundo Podáali; Sonia Gomes Mota, diretora executiva da CESE; Dimas Galvão, coordenador de projetos e formação da CESE; Vinícius Benites Alves, Rochelle Fiorini, Tifane Araújo e Isabel Modercin, assessores/as de projetos e formação da CESE; e os membros de notório saber: Mara Vanessa e Henyo Barretto.
Mara Vanessa destaca a importância do encontro para analisar as diversas perspectivas de apoio do projeto: “Foi um aprendizado incrível. Houve uma preparação intensa anterior a reunião. Aqui, pudemos olhar o universo todo das propostas e analisar com atenção todos os critérios e prioridades de apoio. Podemos equilibrar as discussões, com momentos de debates longos sobre o mapa do Dabucury, da Amazônia, e que serve de base para projetar as próximas etapas. É o Dabucury começando a ir pra campo, fortalecendo alianças e cumprindo sua função.
Dinamam Tuxá relembra que ainda é necessário difundir a política de gestão territorial nos territórios da Amazônia: “Há muito a se avançar na questão da informação. Passamos muito tempo desmobilizados da questão dos PGTAS por conta da desconfiança em construir um Plano de Vida e não ser implementado. É necessário engajar cada vez mais recursos e propostas para a implementação desses planos. Se as informações chegarem nas aldeias, a demanda vai ser muito superior”, afirma.
O edital recebeu um total de 74 inscrições de organizações indígenas. A categoria Urucum concentrou 56 inscrições, com projetos voltados para a implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental. Já a categoria Jenipapo contou com 18 inscrições, com foco na elaboração de instrumentos para a gestão territorial e ambiental.
Agora, as Cartas Consultas aprovadas serão encaminhadas ao Fundo Amazônia/BNDES para validação final dos projetos. O resultado será divulgado em outubro de 2024.