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Publicação da CESE traz experiências de juventudes da região Nordeste nas lutas por direitos
18 de janeiro de 2024


De maneira plural e criativa, em diferentes territórios do Nordeste brasileiro, juventudes do campo e da cidade vêm historicamente protagonizando lutas por direitos e tecendo novas narrativas de atuação na defesa do bem viver. São movimentos potentes e diversos partilhando reflexões de mundo, boas práticas e formas organizativas para a defesa de direitos e para a democratização da sociedade.
É inspirada por esse contexto que a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) compartilha a publicação “Cá entre Nós – Experiências de juventudes do Nordeste na luta por direitos”, iniciativa realizada pela organização com apoio de DKA Áustria Dreikönigsaktion – Hilfswerk der Katholischen Jungschar) e da agência Pão para o Mundo (Brot für die Wel).
Clique aqui para baixar a publicação

De autoria da consultora Luciana Pinto, com a colaboração na sistematização da jovem Iara Moreira Mota, a obra traz um recorte da atuação, das conquistas e dos desafios das juventudes, do campo e da cidade, de diferentes territórios do Nordeste. A publicação registra reflexões e aprendizados de 15 organizações compartilhados durante Encontro “Cá entre Nós: diálogos com juventudes do Nordeste na defesa de direitos”, realizado em 2023 na cidade de Salvador-Bahia.

A luta pela garantia de direitos, pela memória e pela vida, travada a décadas pelos movimentos sociais e coletivos organizados, tem contado com o apoio e a força das juventudes. Articulações e organizações de jovens têm enfrentado cenários de graves violências, em especial de classe, gênero e raça, além de desigualdades regionais. “Apesar desse contexto, as juventudes nordestinas seguem afirmando sua autonomia e estabelecendo pontes que ampliam suas capacidades coletivas de contribuir para a transformação da realidade.”, declara Vanessa Pugliese, assessora de Projetos e Formação da CESE.
Marcella Gomez, assessora de Projetos e Formação da CESE, pontua que no ano em que a CESE completa 50 anos de apoio aos movimentos populares, a expectativa é que as experiências narradas nesta publicação sirvam não só para reforçar o intercâmbio e o aprimoramento das ações entre as 15 experiências envolvidas no encontro, mas também para inspirar outras organizações.
“Esperamos que os fios das experiências narradas nessa publicação possam contribuir para ampliar a visibilidade das lutas, inspirar outros coletivos, além de provocar reflexões sobre a importância do apoio a organizações de juventude em sua caminhada na defesa de direitos.”, afrima.
O projeto gráfico desta publicação é Gabrielle Sodré e as ilustrações são de Ani Ganzala, Gabrielle Sodré e Matheus Tanajura (capa e folha de rosto).
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
A família CESE também faz parte do movimento indígena. Compartilhamos das mesmas dores e alegrias, mas principalmente de uma mesma missão. É por um causa que estamos aqui. Fico muito feliz de poder compartilhar dessa emoção de conhecer essa equipe. Que venham mais 50 anos, mais pessoas comprometidas com esse espírito de igualdade, amor e fraternidade.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
A luta antirracista é o grande mote das nossas ações que tem um dos principais objetivos o enfrentamento ao racismo religioso e a violência, que tem sido crescente no estado do Maranhão. Por tanto, a parceria com a CESE nos proporciona a construção de estratégias políticas e de ações em redes, nos apoia na articulação com parcerias que de fato promovam incidência nas políticas públicas, proposições institucionais de enfrentamento a esse racismo religioso que tem gerado muita violência. A CESE nos desafia na superação do racismo institucional, como o grande vetor de inviabilização e da violência contra as religiões de matrizes africanas.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Nós, do SOS Corpo, mantemos com a CESE uma parceria de longa data. Temos objetivos muito próximos, queremos fortalecer os movimentos sociais porque acreditamos que eles são sujeitos políticos de transformação. Seguiremos juntas. Um grande salve aos 50 anos. Longa vida à CESE
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.