Roda de Diálogo PAD: Decolonialidade e Cooperação Internacional

Roda de Diálogo PAD – Fotos: Kátia Visentainer/PAD

Nos dias 05 e 06 de outubro, aconteceu no Sítio Titara, em Planaltina de Goiás, a Roda de Diálogo 2023 do PAD. Além da coordenação executiva – formada por Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE, SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Heks-Eper, secretária executiva e a comunicação; representantes de mais 17 organizações parceiras  estiveram presentes.

A facilitação foi realizada pela consultora Luciana Pinto, que dividiu a roda em três  momentos:

MOMENTO CALEIDOSCÓPIO

Após a apresentação de cada participante, todos foram convidados a refletir sobre: Cooperação Internacional e a relação com o Brasil: como descolonizar a relações Norte/Sul e Sul/Sul? E Quais estratégias das articulações das
OSC´s olhando para a reconfiguração das relações de cooperação a partir de 2023?

Neste momento houve um espaço para escuta dos participantes sobre o tema e muitas foram as contribuições  para reflexão:

  • As mudanças na cooperação confessional, e o movimento de apoio da cooperação ao Governo Brasileiro;
  • O papel fundamental do grupo PAD nas relações com a cooperação, e a necessidade de debater o racismo e as relações de poder;
  • A necessidade da  participação das OSC com princípio das relações de cooperação internacional para o desenvolvimento.
  • A urgência de um debate profundo sobre a sustentabilidade financeira e política das organizações;
  • A importância da realização das brigadas internacionais do MST, que dialoga com a sociedade civil de diversos países;
  • A importância da articulação com o Kobra, na articulação Brasil/Berlim, e  como esse processo tem sido um exercício de diálogo com a sociedade alemã;
  • É possível falar em decolonialidade no sistema capitalista? 
  • Colocar no radar um olhar para a Cooperação brasileira, para a cooperação chinesa e as Fundações.

No início da tarde, a partir de um resumo do debate da manhã, com um olhar a partir do resgate de pontos da reunião da Coordenação Executiva Ampliada realizada em março deste ano  e da Avaliação Externa (2020-2023).  

O que o PAD deve priorizar considerando as frentes e agendas políticas propostas:

– Monitoramento dos Direitos Humanos: O PAD é parte da Articulação de Monitoramento de DH – AMDH,  e é a partir da produção desta rede que se dialoga e produz incidências quanto a violação dos DH e o papel das relações de cooperação.
– O debate sobre o Estado Laico e a influencia dos fundamentalismos que  influencia diretamente no comportamento social, político e cultural da sociedade e das instituições que integram o Estado, assim a aliança como Fórum Ecumênico – FEACT é estratégica na construção de articulações e estratégias com as organizações baseadas na fé e que compõem os conselhos das agências de cooperação confessionais.
– A articulação com a ABONG com vistas a realização do C20/G20 torna-se uma prioridade para o ano de 2024, assim como a COP 30 para o ano de 2025.
– O diálogo com a Frente contra o acordo União Europeia e Mercosul e EFTA, segue estratégico, considerando-se os interesses econômicos e suas consequências para as relações  de cooperação internacional.
– Com a parceria do Kobra deve-se seguir com as estratégias de monitoramento da consolidação do novo acordo Brasil e Alemanha, ao mesmo tempo buscar incidir no âmbito do governo brasileiro para que se constitua mecanismos de participação social neste processos de cooperação bilaterais e multilaterais.

MOMENTO AYA

Após a reflexão e debate sobre conjuntura, contexto e atividades do PAD, o momento AYA foi usado para pensar na dinâmica organizativa do PAD considerando a agenda política para os próximos anos. Diante do contexto e os desafios, como funcionamos até agora e como iremos prosseguir em diálogo e articulação?

Em roda foram debatidos os desafios do PAD e propostas de atuação para o próximo período.

O que se quer do PAD e qual o PAD que se quer?

O maior desafio é a necessidade de incidir junto ao Governo Brasileiro. Assim, como produzimos estudos sobre a cooperação de vários países, há  compreensão da importância de estudar quanto a política de cooperação adotada pelo governo, de  incidir para constituir espaços de participação da sociedade civil na política de relações de cooperação.

Avaliou-se também  que é notório o movimento de não priorização da América Latina por parte da cooperação europeia e uma maior presença da cooperação conduzida por fundações no Brasil.

A agenda política do PAD para o próximo período tem como prioridade manter o radar sobre estes desafios, além de se fazer presente nos processos de preparação dos espaços de participação das OSC e Redes no C20/G20, COP 30 e seguir em diálogo com a AMDH, com o FEACT e a Frente Br contra o Acordo União Europeia e Mercosul e EFTA. Em todas as frentes o foco de atuação do PAD é os impactos destes acordos na relação de cooperação com o Brasil e seus desdobramentos na relação com as OSC´s.

O PAD segue priorizando os quatro eixos de ação: comunicação – viabilizando a divulgação de temas importantes, formação para dar capilaridade às produções de estudos e pesquisa do PAD no tema da cooperação internacional, articulação entre OSC e redes brasileiras e de países relevantes na política de cooperação com o BR e incidência política.