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<a href="https://www.cese.org.br/serie-dialogos-ecumenicos-e-inter-religiosos-debate-racismo-religioso-e-praticas-antirracistas/"><strong>Série Diálogos Ecumênicos e Inter-religiosos debate racismo religioso e práticas antirracistas</strong></a>
06 de novembro de 2020
Sintonizada em seu compromisso de fortalecer a equidade racial e o respeito à diversidade religiosa, a CESE realiza mais uma edição da Série Diálogos Ecumênicos e Inter-religiosos, desta vez com o tema “Entre tambores e sinos: a resistência do povo negro”. A roda de diálogo será realizada no dia 12 de novembro (quinta-feira), das 17h às 19h, no canal institucional no Youtube.
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço identifica e reconhece a existência do racismo enquanto construção histórica do Estado e da sociedade brasileira, que é gerador de injustiças contra a população negra. Reafirmando sua atuação na luta antirracista, a ideia é promover, neste mês, diálogos sobre a estreita ligação entre intolerância religiosa e o racismo estrutural que fundamenta a sociedade brasileira; práticas de enfrentamento ao racismo; o trabalho social das religiões de matriz africana; e ainda fortalecer e visibilizar ações antirracistas desenvolvidas dentro de igrejas cristãs.
Abordar essas temáticas é crucial nestes momentos de aprofundamentos de crescimento dos fundamentalismos e discursos de ódio. Entre 2015 e o primeiro semestre de 2019, foram notificados 2.722 casos de intolerância religiosa – uma média de 50 por mês. Só no primeiro semestre de 2019, houve um aumento de 56% no número de denúncias de intolerância religiosa em comparação ao mesmo período do ano anterior. A maior parte dos relatos foi feita por praticantes de crenças como a Umbanda e o Candomblé. (Com informações Brasil de Fato)
Os casos são registrados via Disque 100, número de telefone do governo que recebe denúncias de violações de direitos humanos.
Para fortificar e engrossar o caldeirão de ideias e práticas-ação, a live contará com as convidadas:

Ekedi Sinha – Terreiro Casa Branca: fundadora e mais antiga da Rede de Terreiros da Bahia (2009)
Makota Celinha Gonçalves: jornalista, empreendedora social da Rede Ashoka, coordenadora Geral do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira e colunista do Brasil de Fato
Reverenda Dra. Lilian Conceição da Silva: ativista e teóloga feminista negra, coordenadora da Pastoral Abraço Negro – Diocese Meridional, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Mametu Maugile (Elizabeth Pantoja): zeladora do Rundembo Ngunzo Wá de Bamburusema, da Nação Angola.
A mediação será feita por Sônia Mota, diretora executiva da CESE e pastora da Igreja Presbiteriana Unida. Também haverá intervenções culturais, como a apresentação de Rebeca Tárique (historiadora, cantora, Sacerdotisa de Oyá, mãe Solo, que tem seu trabalho musical voltado para a ancestralidade afro-ameríndia).
SERVIÇO
O QUE: Live ‘Entre tambores e sinos: a resistência do povo negro’ (Série Diálogos Ecumênicos e Inter-religiosos)
QUANDO: 12 de novembro (quinta-feira), das 17h às 19h
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
A gente tem uma associação do meu povo, Karipuna, na Terra Indígena Uaçá. Por muito tempo a nossa organização ficou inadimplente, sem poder atuar com nosso povo. Mas, conseguimos acessar o recurso da CESE para fortalecer organização indígena e estruturar a associação e reorganizá-la. Hoje orgulhosamente e muito emocionada digo que fazemos a Assembleia do Povo Karipuna realizada por nós indígenas, gerindo nosso próprio recurso. Atualmente temos uma diretoria toda indígena, conseguimos captar recursos e acessar outros projetos. E isso tudo só foi possível por causa da parceria com a CESE.
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.