TUPINAMBÁS RETOMAM PLANTIOS A PARTIR DE APOIO EMERGENCIAL DA CESE

“Com as cestas básicas doadas pela CESE, algumas comunidades se sentiram confortadas e fortalecidas para retomar o processo de produção e plantio”, conta Haroldo Heleno, do Conselho Missionário Indigenista (CIMI-Leste), revelando o efeito semente que o apoio da CESE provocou nos povos indígenas do sul da Bahia.

O projeto “Apoio emergencial no combate ao COVID-19 em áreas indígenas no sul e extremo sul da Bahia” foi apoiado dentro do Fundo Emergencial de enfrentamento ao Covid-2019 e, assim, foram adquiridas 250 cestas básicas e beneficiadas, até o momento, 22 comunidades Tupinambás.

Apoio da CESE leva 250 cestas básicas a comunidades Tupinambás do sul da Bahia afetadas pelo Covid-19

O missionário detalha que as áreas priorizadas são do Povo Tupinambá de Olivença e Belmonte no sul da Bahia, que se encontram em maior vulnerabilidade social em razão do isolamento social decorrente da pandemia. “Hoje temos na região cerca de 5 mil Tupinambás confinados em suas aldeias, e muitas famílias já começam a passar necessidade diante da dificuldade de conseguir manter as condições básicas”, relata.

Nesse sentido o foco da ação são as comunidades que vivem no litoral e que sobreviviam basicamente da comercialização de seus artesanatos e da pesca.

Até o momento nenhuma ajuda governamental chegou às aldeias, apesar de reivindicações já terem sido feitas, protesta Haroldo. “A postura da Funai tem sido a de prometer o envio de cestas básicas, mas esta promessa é meio duvidosa diante da postura da Fundação e do Governo Federal em relação aos povos indígenas”, pondera, acrescentando que não tiveram resposta também, até o momento, as solicitações  feitas ao Governo do Estado por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.

O suprimento das primeiras necessidades dessas famílias foi o efeito direto do apoio da CESE, com as cestas básicas. O missionário também reflete como a rede de apoio de organizações que atuam no campo de direitos são cruciais nesse momento e não podem parar. “A gente [CIMI] vem atuando junto às comunidades que vivem de produção para retomarem as roças. Muitas delas, como a Tucum e Serra do Padeiro, intensificaram a sua produção, as suas vivências e a sua sobrevivência a partir dos alimentos que elas produzem. E isso tem dado resultado”, celebra.

Cacica Jamapoty (Valdelice) da Aldeia Itapoãn – Povo Tupinambá de Olivença (BA)

“Nós estamos vendo comunidades voltando a plantar melancia, feijão, abacaxi, milho”, comemora Haroldo, mostrando o poder que o apoio pontual tem de contribuir para a existência e resistência futura de povos indígenas. “As comunidades beneficiadas têm tido tempo para retomar os plantios, essas produções mais rápidas. E isso tem sido extremamente importante”, agradece o missionário do CIMI.