<a href="https://www.cese.org.br/nota-do-cebic-sobre-intolerancia-religiosa-e-em-apoio-a-ilha-de-mare-ba/"><strong>Nota do CEBIC sobre intolerância religiosa e em apoio à Ilha de Maré – BA</strong></a>
18 de novembro de 2020
À Sociedade Baiana e às demais pessoas interessadas,
Nota do CEBIC em apoio à comunidade de Bananeiras em Ilha de Maré
Salvador – Bahia, que está sendo acusada publicamente de cometer “Intolerância Religiosa” na tentativa de garantir o uso comum da área de preservação permanente localizada no território da Ilha.
Nós igrejas e organizações ecumênicas que integramos o Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs-CEBIC, acompanhamos com preocupação a situação envolvendo a comunidade de Bananeiras, da associação de pescadores pescadoras e quilombolas na Ilha de Maré e o padre da Igreja Católica Ortodoxa que acusa a comunidade de “Intolerância religiosa”.
Esta acusação por parte de Kelmon Luis Souza, padre Católico Ortodoxo, nos chama atenção porque, ao contrário da referida igreja, conhecemos a comunidade e sabemos da diversidade de crenças e tradições religiosas que convivem na Ilha de maneira harmoniosa. Para nós, que atuamos na defesa do Diálogo e da Convivência respeitosa entre as religiões, o uso do termo “intolerância religiosa”, pode estar sendo usado para justificar interesses pessoais. Se este for o caso, consideramos uma afronta e um desrespeito a esta luta, tão cara aos movimentos ecumênicos que há décadas atuam na defesa do diálogo, do respeito e da convivência pacífica e harmoniosa entre as religiões.
Tememos que o uso do termo “intolerância religiosa” seja usado para justificar interesses pessoais e de grupos, em detrimento do bem coletivo de uma comunidade que há anos enfrenta o racismo ambiental religioso e institucional.
Importante ressaltar que a área que está sendo requerida para a construção da capela é Área de Preservação Permanente conforme a Lei n. 12.651/2012 entre o manguezal e a restinga. E é utilizada pelos moradores para
seus lazeres semanais e, também, por visitantes que desfrutam de águas cristalinas com temperatura agradável.
O CEBIC reafirma o seu compromisso com o diálogo e respeito entre as religiões desde que seja uma bandeira verdadeiramente comprometida com a compreensão de que é preciso haver paz entre as religiões e que a diversidade é dom divino. Também reafirmamos o nosso compromisso com a comunidade de Ilha de Maré que já enfrenta com muita altivez o racismo ambiental e institucional e luta contra a destruição do meio ambiente e pela preservação do seu modo de vida, da sua cultura e do seu direito de ter vida digna.
Fraternalmente,
Conselho Ecumênico Baiano de Igrejas Cristãs.
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Presbiteriana Unida
Aliança de Batistas do Brasil
Comunidade Focolares
Comunidade da Trindade
Comunidade de Jesus
Coordenadoria Ecumênica de Serviço
VEJA O
QUE FALAM
SOBRE NÓS
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
A CESE completa 50 anos de testemunho de fé ativa no amor, faz jus ao seu nome. Desde o início, se colocou em defesa dos direitos humanos, denunciou atos de violência e de tortura, participou da discussão de grandes temas nacionais, apoiou movimentos sociais de libertação. Parabéns pela atuação profética, em prol da unidade e da cidadania. Que Deus continue a fazer da CESE uma benção para muitos.
Viva os 50 anos da CESE. Viva o ecumenismo que a organização traz para frente e esse diálogo intereclesial. É um momento muito especial porque a CESE defende direitos e traz o sujeito para maior visibilidade.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
A CESE é a marca do ecumenismo na defesa de direitos. É serviço aos movimentos populares nas lutas por justiça. Parabéns à Diretoria e equipe da CESE pela persistência e compromisso, sempre renovado nesses cinquenta anos, de preservação da memória histórica na defesa da democracia em nosso país.
Celebrar os 50 anos da CESE é reconhecer uma caminhada cristã dedicada a defesa dos direitos humanos em todas as suas dimensões, comprometida com os segmentos mais vulnerabilizados da população brasileira. E valorizar cada conquista alcançada em cada luta travada na busca da justiça, do direito e da paz. Fazer parte dessa caminhada é um privilégio e motivo de grande alegria poder mais uma vez nos regozijar: “Grande coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres!” (Salmo 126.3)
Parabéns à CESE pela resistência, pela forte ancestralidade, pelo fortalecimento e proteção aos povos quilombolas. Onde a política pública não chega, a CESE chega para amenizar os impactos e viabilizar a permanência das pessoas, das comunidades. Que isso seja cada vez mais potente, mais presente e que a gente encontre, junto à CESE, cada vez mais motivos para resistir e esperançar.
A CESE não está com a gente só subsidiando, mas estimulando e fortalecendo. São cinquenta anos possibilitando que as ditas minorias gritem; intervindo realmente para que a gente transforme esse país em um lugar mais igualitário e fraterno, em que a gente possa viver como nos quilombos: comunidades circulares, que cabe todo mundo, respirando liberdade e esperança. Parabéns, CESE. Axé e luz para nós!
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.