MST mobiliza 5.000 integrantes na Bahia


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) mobilizou cerca de cinco mil integrantes que vivem em assentamentos e acampamentos espalhados por toda a Bahia, para ocupar os terrenos das sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. A ação faz parte do ‘’ Abril Vermelho ‘’, que acontece simultaneamente em 19 estados brasileiros, com objetivo de denunciar a impunidade no campo e relembrar os 17 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 integrantes do movimento foram mortos no Pará em uma violenta ação policial

Foram 3 dias de caminhada de Camaçari até o CAB, iniciada em 11 de abril. No dia, 17, cerca de dois mil integrantes do movimento realizaram uma manifestação em frente à sede da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA). Além da mobilização em lembrança pelo massacre, os representantes do MST solicitaram apoio da Casa na apuração do homicídio de Fábio Santos da Silva, um dos coordenadores do movimento, morto com 15 tiros em Iguaí, no sudoeste baiano.
Após a manifestação na Assembleia, o grupo se dirigiu à sede do Tribunal de Justiça, para cobrar agilidade na reforma agrária no estado. Segundo o movimento, há 49 áreas no estado que já foram autorizadas para que se realize a reforma agrária, mas os processos seguem paralisados.

Em resposta à pauta do MST da Bahia, o governo do estado assinou, na última sexta (19), um convênio de R$ 2,2 milhões com a Cooperativa Central dos Assentamentos Bahia LTDA (CCA-BA), entidade representativa dos assentados do MST. O recurso será investido na execução de limpeza de aguadas nos assentamentos localizados no semiárido, beneficiando 3 mil famílias. Com início a partir da próxima semana, a ação terá cerca de 14 mil horas-máquina de trabalho.
A ação foi anunciada pelos secretários estaduais Rui Costa (Casa Civil) e César Lisboa (Relações Institucionais) aos 5 mil representantes do movimento que estavam acampados no INCRA. O acesso à água de qualidade para o consumo humano em todos os assentamentos do MST e de outros movimentos sociais da Bahia também foi anunciada. De acordo com o secretário Rui Costa, este compromisso será implementado até o final de 2014. O Ministério da Integração Nacional e o governo da Bahia, juntos, vão implantar sistemas de abastecimento de água para que os assentados tenham acesso à água. Contaremos, ainda, com o apoio do Incra, disse.
Fonte: A TARDE / JUSBRASIL

A CESE sempre esteve solidária às lutas contra a impunidade no campo e pela reforma agrária. As tantas jornadas de luta, resistências e importantes vitórias do MST e de outros movimentos do campo reforçam a justiça com Democracia, e o direito das populações do campo à terra, à água e ao território.

Abril Vermelho nasceu da ação em Carajás

Em 17 de abril de 1996, um batalhão de cerca de 250 homens da Polícia Militar do Pará, sob o comando do major José Maria de Oliveira e do coronel Mário Collares de Pantoja, foi designado para retirar um grupo de 1.500 sem-terra que bloqueavam o trecho principal da rodovia do Estado. Sob bombas de efeito moral, os sem-terra resolveram reagir atirando pedras; os policiais armados com fuzis, escopetas e metralhadoras atiraram para matar. A ação da polícia deixou 19 mortos e 51 feridos. O trágico episódio, conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, é tido como o mais grave numa sucessão de confrontos que transformou o Pará no Estado campeão de violência e de impunidade no campo.
Fonte: Estadão

Reforma Agrária

Há 523 processos judiciais envolvendo a Reforma Agrária no Brasil, dos quais 234 estão parados na Justiça Federal. Existem 69.233 grandes propriedades improdutivas no país, que controlam 228 milhões de hectares de terra (IBGE/Censo de 2010), que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária pela Constituição. O ‘’Abril Vermelho’’ cobra também a Reforma Agrária, que atualmente está paralisada, e a elaboração, por parte do governo federal, de um plano de emergência que dê conta de assentar até o fim do ano as 150 mil famílias que hoje estão acampadas.
Fonte: MST

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