Documentário fortalece relação entre povos indígenas do Rio Envira no Acre

“A gente só tem medo de flecha, porque armas eles não usam. A gente não entende a fala deles, nem eles a nossa”. Este relato do índio Ominá Madja faz parte do documentário “Bravo: Resistência e Diálogo Intercultural entre os povos do Rio Envira”, produzido pelo CIMI (Conselho Indigenista Amazônico).

Gravada com os índios das tribos Ashaninka e Madja, a produção desenha a relação entre essas aldeias e os isolados do Alto do Rio Envira – município de Feijó, norte do Acre. O objetivo do documentário, apoiado pela CESE e Instituto C&A, é estreitar as ligações entre essas comunidades indígenas.

As comunidades nativas da região já foram escravizadas por seringueiros nos Ciclos da Borracha e se dispersaram pela floresta a fim de fugir do trabalho forçado. Alguns deles, por estarem mais distantes do centro do município, ainda vivem em situação de isolamento voluntário, conservando língua e costumes, desconhecidos pelos indígenas vizinhos.

indio

Segundo a representante do CIMI, Rose Padilha, os índios sofrem com as ameaças de diminuição do território que ocupam. “Os isolados do Envira estão correndo para todos os lados, tentam se defender do avanço das frentes econômicas, ou seja, das madeireiras, e de outras frentes do lado peruano, ou ainda, do chamado desenvolvimento que envolve o habitat desses povos”.

O CIMI trabalha há mais de 30 anos pelo reconhecimento da diversidade cultural dos indígenas e a diminuição dos preconceitos contra esses povos. A CESE também contribui para o fortalecimento de relações entres comunidades. Confira o documentário em: http://migre.me/lMk1n

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