Solenidade de lançamento de projeto apoiado pela União Europeia marca noite desta segunda (13) da CESE

A CESE e a SOS Corpo apresentaram nesta segunda (13) para lideranças de movimentos sociais ligados ao campo de raça e gênero, gestores públicos e representantes de parlamentares da Bahia o Projeto “Mulheres Negras e Populares: Traçando Caminhos, Construindo Direitos”, realizado em parceria entre as organizações baiana e pernambucana com financiamento da União Europeia.

Com três anos de duração, o projeto irá apoiar iniciativas de até R$ 50 mil reais, viabilizando também o acesso de movimentos sociais aos recursos do organismo internacional e fortalecendo grupos populares e suas capacidades.

O evento contou com a presença da representante da União Europeia no Brasil, Denise Verdade; Analba Brazão, pela Articulação de Mulheres Brasileiras e SOS Corpo; e Rosana Fernandes, assessora de projetos da CESE, compondo a mesa de abertura da cerimônia – além de apresentação de reflexões de Maria de Lourdes Tavares, do Instituto de Mulheres Negras do Amapá; Marta Leiro, do Coletivo de Mulheres do Calafate; Vilma Reis, membro do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra; Valdeci Nascimento, do Instituto Odara e Rede de Mulheres Negras do Nordeste; além de ativistas da área de direitos humanos.

De acordo com Analba Brazão, o projeto e seu conjunto de ações terão início num momento político conturbado, com forte discurso conservador e quando se faz necessário o fortalecimento da sociedade civil organizada e seu engajamento na garantia de direitos historicamente adquiridos. Para ela, a integração da expertise em articulação política e apoio a projetos da CESE e a bagagem de formação para participação política são ingredientes que tornarão a ação mais completa e com capacidade de influência e reverberação. “O reconhecimento das lacunas nas questões de raça e gênero são decisivos para diminuir as profundas desigualdades sociais”, acrescentou Rosana Fernandes, lembrando que a iniciativa deverá estimular que organizações mistas incorporem as dimensões de raça e gênero às suas práticas.

Denise Verdade revelou que a União Europeia está engajada em apoiar iniciativas de atores não-estatais e fortalecer instituições que trabalhem com segmentos que vivenciem vulnerabilidade social. “Interessa-nos apoiar práticas de advocacy, fortalecimento de grupos para que exerçam influência sobre o poder público e viabilizem a subvenção de pequenos projetos”, explicou a representante do organismo internacional.

Para Maria de Lourdes Tavares, do Instituto de Mulheres Negras do Amapá, as expectativas são muito positivas com relação ao projeto apresentado no evento. “Ele me parece de fundamental importância por proporcionar experiências de participação e influência para além dos nossos espaços, fortalecendo as entidades politicamente, além de dar visibilidade às demandas. Outro componente importante é permitir a aproximação entre lideranças feministas do Norte e Nordeste”, acrescentou a ativista. “Propostas de ação como essas mantêm viva a nossa paixão e militância no movimento feminista e nos ajudam a continuar trabalhando por uma sociedade justa e igualitária”, opinou Marta Leiro, do Coletivo de Mulheres do Calafate. A socióloga Vilma Reis pontuou que é fundamental que o movimento feminista tome para si não só a luta da reforma política, mas também o debate racial, pois ambos precisam envolver toda sociedade brasileira.

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