
”É tempo de colheita. A Articulação de Mulheres Negras de Minas Gerais, que hoje conta com 230 representantes de 45 coletivos, grupos e instituições, representará o Estado em novembro na Marcha de Mulheres Negras” Ayala Fernanda Tantério/ Nzinga
O efeito semente e multiplicador do Programa de Pequenos Projetos da CESE demonstra efeitos nítidos, como no projeto apoiado “Enfrentamento aos racismos em Minas Gerais: mulheres negras articuladas para as eleições 2024 e rumo à Marcha de Mulheres Negras de 2025”, desenvolvido no ano passado, pelo Nzinga – Coletivo de Mulheres Negras, em Belo Horizonte (MG). Isso porque, ao promover o primeiro encontro presencial da Articulação de Mulheres Negras de Minas Gerais, o apoio foi otimizado de forma a fortalecer simultaneamente duas frentes: a aliança entre a diversidade de organizações de mulheres negras mineiras e a sustentabilidade do Nzinga.
Primeiramente, em 2023, o Nzinga, junto a outras organizações feministas negras, visualizou a necessidade da criação de espaços de articulação política entre as mulheres negras do estado, fundando, assim, a Articulação de Mulheres Negras de Minas Gerais.
Com o apoio da CESE, foi possível realizar o primeiro encontro presencial da Articulação em 2024, reunindo cerca de 120 mulheres e jovens negras. “Depois de 2015, da Marcha de Mulheres Negras, foram surgindo outras instituições, coletivos, não só em Belo Horizonte, mas nos municípios também”, relembra Ayala Fernanda Tantério, coordenadora de relações institucionais e incidência política do Nzinga. “Então, sentimos a necessidade de criar uma articulação para fortalecer a capilaridade nos territórios e a captação de recursos para a diversidade de mulheres negras de Minas Gerais”.
A programação do encontro contemplou diversas atividades (mesas redondas, rodas de conversas, palestras, momentos de diálogo) para a abordagem de pautas diversas, como: análise de conjuntura; racismos; impacto do racismo ambiental na vida das mulheres negras e territórios de resistência; saúde mental e autocuidado.
Uma das oficinas do encontro foi reservada para reflexão sobre a sustentabilidade do Nzinga, com sessão de planejamento de mobilização de recursos. “Estamos já vivendo o impacto desse planejamento”, celebra Cris Felipe, coordenadora de projetos e captação de recursos da organização.

Em apenas um ano, a organização reestruturou sua governança; pôs em prática o plano de mobilização de recursos e conseguiu apoio de uma empresa para os próximos três anos; irá lançar a sua sede no dia 30 de julho no centro de Belo Horizonte; e está em processo de obtenção do comodato de um segundo espaço para a promoção da 2ª edição do Projeto de Saúde das Pretas, uma iniciativa de cuidado para acolhimento de mulheres vulnerabilizadas em razão de violências diversas.
“O Nzinga está mais fortalecido. Ainda que tenhamos surgido há mais de 30 anos, este é um momento histórico, ímpar de governança”, atesta Cris. “A CESE nos apoiou com um recurso que conseguimos mais que quintuplicar. Agradecemos também a sabedoria ancestral, que nos deu a visão de jogar a flecha de maneira certa no plano de captação de recursos para ampliar as ações. A expectativa é de multiplicar ainda mais”.
E não para por aí mesmo. É tempo de colheita. A Articulação de Mulheres Negras de Minas Gerais, que hoje conta com 230 representantes de 45 coletivos, grupos e instituições, representará o Estado em novembro na Marcha de Mulheres Negras. “As mulheres negras espalhadas nos territórios de Minas, as mulheres do interior estão tendo acesso à Marcha e entendendo porque estamos marchando por reparação e bem viver. Entendemos que nem todas poderão estar em Brasília, mas todos os nossos territórios estarão mobilizados. É um ato político”, orgulha-se Ayala Fernanda Tantério, da organização-semente Nzinga.

Programa de Pequenos Projetos
Desde a sua fundação, a CESE definiu o apoio a pequenos projetos como a sua principal estratégia de ação para fortalecer a luta dos movimentos populares por direitos no Brasil.
Quer enviar um projeto para a CESE? Aqui uma lista com 10 exemplos de iniciativas que podem ser apoiadas:
1. Oficinas ou cursos de formação
2. Encontros e seminários
3. Campanhas
4. Atividades de produção, geração de renda, extrativismo
5. Manejo e defesa de águas, florestas, biomas
6. Mobilizações e atos públicos
7. Intercâmbios – troca de experiências
8. Produção e veiculação de materiais pedagógicos e informativos como cartilhas, cartazes, livros, vídeos, materiais impressos e/ou em formato digital
9. Ações de comunicação em geral
10. Atividades de planejamento e outras ações de fortalecimento da organização
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