Apoio a projetos

Nossas bases ficaram ilhadas, perdendo a produção camponesa, enquanto as pessoas da periferia mal tinham onde se abrigar, quanto mais o que comer”. Foi nesse momento que a coordenação estadual do movimento passou a pedir apoio às diferentes organizações para empreender ações emergenciais de solidariedade. De caráter emergencial, o projeto ‘’Da Lama ao Florescer’’ foi avaliado e aprovado pela CESE. E foi dessa forma que aconteceu a parceria, uma fortaleza da trilogia de Organização, Formação e Luta.

As mulheres que têm desempenhado um papel fundamental nas articulações para defesa de direitos, sobretudo no que se refere à alimentação, saúde e educação. O apoio da CESE representa o reconhecimento da importância desse trabalho em um contexto de aumento de violações dos direitos humanos e ataque às liberdades democráticas’

A CESE foi a primeira instituição que diante da Pandemia se preocupou com os imigrantes e refugiados/as. Fez contato conosco para saber o que estava se passando com eles/as naquele momento, pediu um relatório e buscou apoio para dar esperança de que juntos/as iríamos superar este momento. Este olhar sensível levou o CAMI a presentear muitas famílias com alimentos, mas, não somente com comida, e sim, com esperança.

Agradecemos a doação de 250 cestas básicas nesse período em que o povo Tupinambá estava passando por um momento extremamente difícil. Além, disso beneficiou a comunidade de Barretá do Povo Pataxó Hã-Hã-Hãe. Não só respondeu a uma necessidade alimentar do povo, mas também serviu como estímulo para retomada de processos produtivos.

Além de garantir a distribuição de uma cesta, o “Mutirão Contra a Fome” também fortaleceu as famílias camponesas, que puderam comercializar seus produtos a preço justo. A parceria com a CESE através do Programa de Pequenos Projetos criou as condições para garantir que o alimento saudável, produzido por camponeses e camponesas, pudesse chegar às mesas de quem mais precisa neste momento de crise.

A CESE, que nos apoia há mais de uma década, e conhece nossa luta, é quem nos encoraja a articular, com outras comunidades quilombolas, a regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras e a resistir e denunciar todas as situações de injustiça que passamos. Tenho paixão, respeito e compromisso pelo movimento. Hoje sou outra pessoa, tenho autoestima, tenho meu papel na sociedade e na comunidade. Não dependo de uma figura masculina. Sou marisqueira, pescadora, é o que eu escolhi fazer e tenho orgulho disso

Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.

Quando ouvimos falar das lutas dos povos das águas, das florestas, do semiárido, da periferia e das mais variadas organizações, nós vemos e escutamos que a CESE está lá, ao lado, sem substituir os sujeitos das lutas. Apoiando, criando condições para que eles e elas possam fazer o seu caminho. É nesse espírito que nós, da ASA, queremos que vocês continuem. Desejamos uma vida muito longa nesse trabalho de apoio à transformação.