O Instituto Catitu com o povo Shawãdawa do Acre, através do apoio do Programa de Pequenos Projetos da CESE, executou projeto com o objetivo da reabertura dos limites da terra indígena Arara. A terra é demarcada, mas enfrenta ameaças como invasões e desinformação entre os jovens sobre a história da luta por aquele território.

Mari Correia, diretora do Instituto Catitu, explica: “Foi uma etapa crucial de um projeto grande, e esse apoio da CESE chegou num momento-chave. A gente contava com a participação de 20 jovens, mas o engajamento foi tão grande que chegamos a 80. Precisávamos de apoio extra para transporte e alimentação, e foi justamente aí que a CESE entrou”.
A parceria se deu porque a associação local do povo Shawãdawa enfrentava dificuldades de documentação e não pôde apresentar diretamente o projeto. Assim, o Instituto Catitu – parceiro de longa data, especialmente nas ações com as mulheres indígenas – assumiu o papel de organização proponente.
O projeto contempla também uma dimensão audiovisual, liderada por um coletivo de mulheres indígenas formado desde 2020. A proposta inclui formação técnica em audiovisual, educação em direitos e protagonismo feminino.
“Esse filme que está sendo produzido por elas sobre o território é, ao mesmo tempo, um registro histórico e uma ferramenta de reconexão da juventude com sua história e sua terra. É um jeito de dizer: ‘Olha o que foi preciso conquistar para hoje estarmos aqui’. É um trabalho de memória, de fortalecimento e de afirmação”, destaca Mari.
Ela ainda reforça a importância do apoio da CESE justamente por ser sensível às urgências das comunidades. “Às vezes falta só um ponto para completar o todo. Esse apoio permitiu que mais jovens vivessem uma experiência transformadora. Parece pouco, mas foi essencial.”

O projeto segue com ações de plantio nos limites das terras reabertas, fortalecendo não apenas o vínculo com o território, mas também práticas sustentáveis e coletivas que marcam a luta e a autonomia dos povos indígenas.