CESE lança publicação com mapeamento e experiências de organizações de mulheres do Nordeste

Os movimentos de mulheres do Nordeste brasileiro são plurais, criativos e persistentes. São lutas diversas, assim como são muitos os jeitos de se organizar para dar conta das tantas denúncias e propostas para defender o direito a uma vida sem violência, exigir a partilha justa de poder e recursos e transformar realidades dolorosas.

É inspirada por esse contexto que a CESE lança nesta quinta-feira (29) a publicação “Nossas lutas, nossos jeitos de lutar: experiências de organizações de mulheres do Nordeste na defesa de direitos e da democracia”, após pesquisas e entrevistas com mulheres dessas organizações entre 2021 e 2022. O texto traz, de perto, um pequeno recorte dessa atuação, revelando potências, mas também lacunas e fragilidades.  

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A publicação inclui um mapeamento que envolveu 61 organizações e experiências de atuação em três eixos centrais no Programa Doar para Transformar (Giving for Change), iniciativa apoiada pelo Ministério das Relações Exteriores dos Países Baixos.

O Programa busca contribuir para transformar as relações no campo do desenvolvimento, contribuindo para a adoção de práticas mais equitativas, e envolve oito países do sul global, tendo duração de cinco anos. Na CESE, o foco do trabalho é o aprendizado coletivo entre organizações do movimento de mulheres do Nordeste, principalmente através de uma Comunidade de Prática, hoje composta por 18 organizações.

Inicialmente, o texto apresenta um perfil síntese geral das organizações – como a distribuição estadual, tempo e âmbitos de atuação, abrangência e pertencimento a movimentos sociais. Em seguida, o mapeamento traz elementos específicos a partir de três eixos de atuação do Programa Doar Para Transformar: incidência política, mobilização de recursos e comunicação.

Por fim, são também apresentadas experiências de atuação nesses três eixos, que registram estratégias, conquistas e aprendizados a partir de ações concretas de luta por direitos, demonstrando a vitalidade do campo das organizações de mulheres do Nordeste.

A pesquisa e entrevistas que embasaram a construção deste material foram feitas por Mônica Oliveira, da Coalizão Negra por Direitos e Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, e contou com a disponibilidade de diversas organizações para narrarem suas histórias, envolvendo uma diversidade de movimentos de mulheres do campo, da cidade, das águas e das florestas.

Importante registrar que esse material foi, em grande parte, preparado em um cenário de pandemia, negacionismo, agravamento das violações aos direitos humanos e ataques à democracia. Um período de grandes desafios à mobilização da sociedade.

Viviane Hermida, assessora de Projetos e Formação na CESE e coordenadora do Programa,  pontua que, no ano em que a CESE completa 50 anos de apoio aos movimentos populares, a nossa expectativa é que as experiências narradas e os dados apresentados nesta publicação sirvam não só para reforçar o intercâmbio e o aprimoramento de práticas entre as organizações envolvidas no Doar para Transformar, mas também para inspirar outras organizações.

“Esperamos ainda que sirva como mais um alerta à sociedade, agências da cooperação e outras instituições a refletirem sobre a importância do suporte contínuo a organizações de mulheres, em especial da região Nordeste, contribuindo para o seu impacto e sustentabilidade”, afirma.

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O projeto gráfico desta publicação é do Coletivo Trama e as ilustrações são de Angola Comunicação e do Coletivo Trama.