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TEMPORADA DE CRIMES, A DEFESA DA VIDA E DOS TERRITÓRIOS

Conhecida também como a “temporada do fogo”, a época de estiagem, na verdade, é a “temporada de crimes”, pois, com a maior dificuldade de serem identificados, os grandes fazendeiros do agronegócio aproveitam o período seco para expandir as queimadas criminosas.

No DOSSIÊ AGRO É FOGO, o artigo, “Armas na disputa por controle territorial: os usos capitalistas do fogo contra os povos do campo”, o pesquisador Gustavo Serafim, ressalta que os conflitos envolvendo o fogo na Amazônia e no Cerrado se concentram nessa estação seca quando também se intensificam as ações criminosas contra os povos do campo.

Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Queimadas, a chegada do período de seca pode intensificar um cenário já devastador. Desde o primeiro dia do ano até o momento, foram contabilizados mais de 19 mil focos de incêndios em todo o país, sendo 43,3% (8.292 focos) no Cerrado e 34% (6.511 focos) na Amazônia. Além disso, em comparação ao mesmo período do ano passado, a Caatinga chama atenção com um aumento de 87% dos focos de incêndios.

Foto 4: Incêndios criminosos na TI Karipuna. Foto: Christian Braga/Greenpeace
Incêndios criminosos na TI Karipuna. Foto: Christian Braga/Greenpeace

Para observarmos a trajetória histórica sobre as queimadas no país, o Projeto MapBiomas – Mapeamento das áreas queimadas no Brasil, aponta que em 38 anos a área queimada equivale à soma da Colômbia com o Chile. O documento revelou que a área queimada entre 1985 e 2022 foi de 185,7 milhões de hectares, ou 21,8% do território nacional. A média anual alcança 16 milhões de hectares/ano, ou 1,9% do Brasil.

O Cerrado e a Amazônia juntos concentraram cerca de 86% da área queimada pelo menos uma vez do Brasil em 38 anos. E foi entre Julho e Outubro que 79% dessa área queimada ocorreu.

Atacar o Cerrado é atacar às mulheres!

Já estão disponíveis o primeiro e o segundo episódio da série “As Mulheres do Cerrado estão em pé em luta, em defesa da vida e dos territórios”. Realizado pela Articulação de Mulheres do Cerrado, juntamente com a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado e a Articulação Agro é Fogo, os episódios falam sobre as vivências das mulheres no Cerrado, seus modos de vida, o enfretamento ao patriarcado racista e a presença fundamental das mulheres enquanto guardiãs do Cerrado de pé.

ASSISTA OS EPISÓDIOS:

Episódio 1: Vivências das mulheres do Cerrado

Episódio 2: Lutar contra o patriarcado racista

https://youtube.com/watch?v=HEhOZ68MFyU%3Fstart%3D1%26feature%3Doembed

Ao destruir o Cerrado esses projetos acabam com a soberania, a segurança alimentar e nutricional de nossos povos e comunidades, provoca fome e desalento, prejudica a saúde física e psicológica, destrói nossas práticas medicinais e ancestrais pelas quais cuidamos de nossa gente diminui as

Ao destruir o Cerrado esses projetos acabam com a soberania, a segurança alimentar e nutricional de nossos povos e comunidades, provoca fome e desalento, prejudica a saúde física e psicológica, destrói nossas práticas medicinais e ancestrais pelas quais cuidamos de nossa gente diminui as possibilidades de realizarmos nossas economias e causam o empobrecimento, reduzindo o suplemento digno das necessidades cotidianas.

Só a diversidade do Cerrado e de suas gentes são capazes de garantir a vida plena e farta a todas, todos e todes que dele dependem e que com ele se relacionam. Historicamente quem lucra e se beneficia com a morte do Cerrado e seus povos são os homens brancos e ricos. São estes, amparados pelo patriarcado racista, que estabelecem um projeto de dominação que determinam regras entre a sociedade e a natureza, explorando os territórios e destruindo a diversidade dos modos de vida.

Diante de tantas violações, as primeiras a serem afetadas são as mulheres. Com o avanço do agronegócio, do envenenamento dos recursos naturais e das queimadas criminosas sobre os territórios, os impactos e preocupações prejudicam, sobretudo, a vida das mulheres que ainda enfrentam violências, humilhações e perdas materiais e imateriais causadas por tais eventos.

Articulação Agro é Fogo em movimento

– Maranhão (Brasil)

Cerca de 30 comunicadoras e comunicadores de várias comunidades do Maranhão (Cerrado e Amazônia) se encontraram em maio, na cidade de Bacabal (MA), na sede da Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura (Acesa), para fortalecer estratégias de comunicação popular em seus territórios.

Promovida pela Articulação Agro é Fogo, Acesa e Rama, o momento contou com uma conversa inicial sobre a comunicação como direito, as necessidades de cada território e, em seguida, a realização de oficinas de podcast e edição de vídeo que resultaram em publicações de conteúdo. Isso tudo entendendo a comunicação popular como ferramenta de anúncio, denúncia e defesa.

Oficina de comunicação em Bacabal (MA). Foto: Ludmila Pereira

– Internacional (Paraguay)

A convite da revista “Biodiversidad, sustento y culturas”, Valeria Pereira Santos, Gilberto Lima dos Santos, Raimundo Alves da Silva, da Articulação Agro é Fogo participaram da publicação de número 116 com o artigo “Articulação Agro é Fogo en el enfrentamiento a los incendios criminales en Brasil”.

Nosso propósito é enfrentar o processo de expansão e consolidação da agroindústria, mineração e devastação ambiental que se aproveitam dos incêndios criminosos, do desmatamento e da grilagem de terras para avançar sobre terras tradicionalmente ocupadas e áreas de conservação – Revista Biodiversidad, Sustento y Culturas

– Rondônia (Brasil)

A Articulação Agro é Fogo e a Comissão Pastoral da Terra de Rondônia, realizaram em junho o intercâmbio de brigadas, junto a mulheres indígenas brigadistas, quilombolas, indígenas, voluntárias/os e pesquisadoras/es na Comunidade Calama, localizada no baixo Rio Madeira, no município de Porto Velho, Rondônia.

O objetivo foi promover o compartilhamento de conhecimentos e experiências entre as brigadas, trocas de informações estratégias de combate aos incêndios criminosos, técnicas de prevenção e boas práticas de manejo do fogo, elementos importantes para fortalecer os esforços conjuntos contra as queimadas criminosas.

As Brigadas comunitárias é uma expressão de resistência, que se organiza coletivamente para combater a destruição e defender os seus territórios. Algo que ocorre não só na época de estiagem, quando os incêndios são mais recorrentes, mas durante todo o ano mediante a prática ancestral do manejo do fogo e da prevenção dos incêndios.

Ouça a voz que vem dos povos e comunidades tradicionais!