Ilha de Maré pede socorro e assistência para combater Coronavírus!

Falta de acesso à saúde, dificuldade de condições sanitárias adequadas e todo racismo ambiental sofrido pela comunidade da Ilha de Maré (BA), deixa quilombolas e pescadores/as mais vulneráveis diante da pandemia do Coronavírus.

A crise mundial do coronavírus ameaça a vida de todas as pessoas de forma simultânea, sobretudo, para as populações tradicionais e grupos sociais mais vulneráveis, como as mais 10 mil pessoas da ilha que vive diariamente com adoecimento da população devido à contaminação das águas causada pelo Porto de Aratu, em Candeias (BA), e mais recentemente pela contaminação de óleo no litoral do Nordeste, em outubro de 2019.

Para Marizélia Lopes, uma das lideranças do Movimento de Pescadores e Pecadoras (MPP) da Ilha de Maré o descaso governamental é histórico e se agrava mais nesse momento de proliferação da doença. “Não temos médico há um ano. Se tiver necessidade de socorro, morremos no meio do caminho. Principalmente idosos e crianças. Com essa situação, estamos entregues nas mãos de Deus. Nos tratam como se não fossemos gente e não tivéssemos direitos. Mas, nós temos e vamos cobrar.”, denuncia Marizélia.

Há protocolos e recomendação quanto à redução das aglomerações e da circulação de pessoas, no entanto boa parte das famílias dependem da comercialização diária e semanal para garantir a subsistência através do pescado, artesanato e produtos agrícolas. “Há muito gente desempregada e que depende das vendas daquilo que produz. Essas pessoas precisam de cestas básicas.”, afirma a liderança.

Com suas atividades comprometidas, e preocupados/as com a saúde e vida das famílias que vivem na Ilha de Maré, o movimento cobra das autoridades as seguintes medidas:

1.Pedir intermediação deles para que tenha uma equipe ou duas de saúde na ilha e uma ambulancha preparada para caso de emergência;

  1. Cestas básicas para as famílias que não tem pessoas empregadas e que dependem da comercialização semanal, diária para garantir a subsistência (pescadores, artesãos e agricultores);
  2. Ver a possibilidade de compra do pescado daquelas pessoas que tenham para vender;
  3. O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS criar um número para comunicação de emergência:
  4. Prefeitura proibir a chegada de turistas na Ilha;
  5. O Centro de Referência de Assistência Social – CRAS fazer um levantamento das condições sanitárias das casas dos idosos da Ilha e apoiar. Troca de colchões, etc;
  6. Garantir a vacinação viral (gripe e HN1) na Ilha de forma descentralizada para evitar aglomerações.